Mário Soares avisa o primeiro-ministro para "ter cuidado com o que possa acontecer-lhe". Na crónica habitual que assina no Diário de Notícias, o histórico socialista diz que, com o povo desesperado e em grande parte na miséria, Pedro Passos Coelho corre imensos riscos.
"Já não se lembra que, quando era líder do jotas do PSD, gritava com os outros: 'O povo é quem mais ordena'? Agora, obviamente, não é. O povo não existe para o primeiro-ministro e para o seu Governo. Tenha, pois, cuidado com o que lhe possa acontecer. Com o povo desesperado e, em grande parte, na miséria corre imensos riscos. É preciso e indispensável mudar de política", declarou Soares.
Num artigo de opinião publicado hoje no Diário de Notícias, o antigo Presidente da República afirma também que o primeiro-ministro "tem Portugal inteiro contra ele", que "tudo vai de mal a pior" com esta política e com a "intervenção permanente do ministro das Finanças", e questiona-se se o país não está já pior do que a Grécia, lembrando que, há um ano, o atual Governo frisava as diferenças entre os dois países.
Sobre a possibilidade de copagamentos no ensino secundário - ideia saída de uma entrevista do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, à TVI e desmentida pelo próprio dias depois -, Mário Soares diz que "só pode ter sentido vinda de algum incapaz e sem qualquer critério ou sentido de responsabilidade".
Mário Soares diz ainda que Passos Coelho foi "desautorizado pelo ministro da Educação", mas que "isso parece não ter importância para o atual Governo".
Fonte: Lusa/Sic
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