Especialistas já antecipavam uma crise no setor da mídia impressa de modo geral. O que não se esperava é que isso se estenderia também a países desenvolvidos, como a Alemanha. Depois do Abendzeitung e do Frankfurter Rundschau, agora é a vez do Finantial Times Deutschland fechar as portas devido a problemas econômicos. A última edição do jornal será veiculada no próximo dia 7 de Dezembro. O jornal tinha 12 anos de existência no país.
Julia Jäkel, diretora da Gruner + Jahr, editora responsável pela publicação do impresso, afirmou em entrevistas à rede de televisão alemã Deutsche Welle, que desde o surgimento do jornal, as dívidas foram se acumulando. O prejuízo, estimado em 250 milhões de euros, causou a demissão de mais de 300 jornalistas e o fechamento do impresso, que era conhecido por sua ampla cobertura de temas financeiros a nível internacional.
Pouco mais de duas semanas antes foi o Frankfurter Rundschau que anunciou o seu fechamento. Um dos jornais mais tradicionais da Alemanha – foi o segundo impresso criado no período Pós-Guerra, em Agosto de 1945 – o Frankfurter Rundschau era conhecido por se manter fiel à ideologia Social-Democrata durante todos os seus mais de 60 anos de existência. Segundos os editores do próprio jornal, os anunciantes começaram a anunciar cada vez menos, tendo sido esse o motivo do fechamento.
O começo da crise no setor da mídia impressa veio com o anúncio de que o Abendzeitung pararia de funcionar, ainda no mês de setembro. O Jornal foi criado na cidade de Nürnberg, e circulava há mais de 90 anos na Alemanha. Mais de 30 funcionários perderam seus empregos até o momento da última edição, que circulou no dia 29 de setembro. Os motivos alegados também estavam relacionados a prejuízos financeiros e queda no número de leitores.
Para a jornalista alemã Sascha Lobo, essa crise na mídia alemã não se deve apenas á questão financeira. “Trata-se da própria concepção de notícia no formato que ela tem hoje. Não há mais motivos em esperar para saber dos acontecimentos no dia seguinte, se hoje em dia eu posso acessar tudo pela internet em tempo real”, opina. Da mesma forma avalia o jornalista inglês Patrick Kingsley. Para ele, é preciso que os jornais alemães voltem a dialogar mais com a realidade do público, tal como faz o Tagespiegel, de Berlim. “Esse jornal abre espaço para o que o leitor quer ver publicado e, além disso, investe bastante em sua verão online”, explica.
Fonte: IAnotícia
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