Oficiais do Comando de Defesa Aeroespacial Norte-Americano (Norad) afirmaram hoje que a Coreia do Norte foi bem-sucedida ao colocar em órbita um objeto num míssil detetado e seguido pelos sistemas de alerta dos Estados Unidos. O lançamento está a ser alvo da condenação de toda a comunidade internacional, incluindo por parte da Rússia e da China, e já foi convocada uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o sucedido.
"A China apelou à Coreia do Norte para respeitar as importantes resoluções do Conselho de Segurança contra o uso de mísseis balísticos", disse a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, depois de Pyongyang ter anunciado o lançamento de um satélite Kwangmyongsong-3 por um foguetão Unha-3.
As referidas resoluções da ONU - salienta um comentário da Xinhua - "requerem" que a Coreia do Norte "não conduza qualquer lançamento que use a tecnologia de mísseis balísticos" e "suspenda todas as atividades relacionadas com o seu programa de mísseis balísticos".
Moscovo "lamenta profundamente" lançamento de míssil
Moscovo "lamenta profundamente" o lançamento de míssil de longo alcance, afirmou hoje a diplomacia russa, ao sublinhar que viola uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
"O novo lançamento de um foguete de longo alcance pela Coreia do Norte, contra os apelos da comunidade internacional, desperta em nós um profundo pesar", declarou o ministério dos Negócios Estrangeiros russo, num comunicado, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
Ao coro de condenações à operação norte-coreana, que Pyongyang afirma ter fins científicos, juntou-se também Manila.
As autoridades das Filipinas indicaram que vários fragmentos do foguete caíram em solo filipino, a cerca de 300 quilómetros a leste da ilha de Luzón, no norte do país, aproximadamente 20 minutos depois do lançamento.
Washington condena lançamento "altamente provocatório"
Os Estados Unidos condenaram o lançamento "altamente provocatório”, alertando que tal vai agravar o clima de instabilidade na região e isolar ainda mais Pyongyang.
O lançamento figura como "mais um exemplo do comportamento irresponsável típico da Coreia do Norte", indicou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Tommy Vietor, num comunicado.
"Dada a atual ameaça para a segurança regional, os Estados Unidos vão reforçar e aumentar a estreita coordenação com os aliados e parceiros", acrescentou Vietor, sublinhando que a Coreia do Norte só está a isolar-se ainda mais ao protagonizar "iniciativas provocatórias" como esta.
Londres condena “veementemente” o lançamento da Coreia do Norte
Londres condenou hoje o lançamento de um míssil de longo alcance, informando que planeia reunir-se com o embaixador britânico destacado naquele país.
"Condeno veementemente o lançamento da Coreia do Norte", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, num comunicado, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
"Condeno o facto da Coreia do Norte ter escolhido dar prioridade ao lançamento em detrimento da melhoria das condições de vida da sua população". Vamos convocar o embaixador britânico", indicou.
Seul condena lançamento alegando que viola resoluções da ONU
A Coreia do Sul condenou o lançamento, considerando que viola resoluções do Conselho de Segurança da ONU, informou a agência noticiosa sul-coreana Yonhap.
Pyongyang já confirmou o lançamento, tendo considerado a operação um "êxito", após ter sido colocado em órbita um satélite, como previsto.
Tóquio critica lançamento e afirma que não tentou abater míssil
Tóquio não tentou abater o foguete de longo alcance da Coreia do Norte à sua passagem pelo arquipélago de Okinawa, no sul do Japão, afirmou hoje o governo nipónico, condenando o lançamento.
"O lançamento ocorreu pelas 09:49 locais (00:49 em Lisboa). O míssil que a Coreia do Norte chama de satélite passou por Okinawa pelas 10:01 (01:01 em Lisboa). Não houve qualquer tentativa de o intercetar", referiu o governo nipónico num comunicado citado pelas agências internacionais.
O Japão estava em alerta desde que Pyongyang anunciou a data provável para o lançamento, tendo destacado sistemas de defesa antimíssil para intercetar e destruir o 'rocket' caso este ameaçasse cair em solo japonês.
Com Lusa
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