Os bébes têm ritmo; movimentam-se ao som das batidas com as mãos e os pés a darem o mote. Então porque não estimular esta benção genética? Afinal, dançar faz bem ao corpo e à alma, além de que arranca sorrisos.
Sabe aquela teoria de que há quem tenha dois pés esquerdos? Não passa disso mesmo, de uma teoria que nunca foi comprovada. Um estudo realizado em 120 crianças pela Universidade de York, em Inglaterra afirma que o ser humano nasce com uma predisposição para se mover ritmicamente em resposta à música que ouve. Por isso, se é daquelas pessoas que sempre sonhou dançar, este artigo é para si, pois fica a saber que quando veio ao mundo poderia ter sido um bailarino conceituado se o tivessem levado a aulas de dança.
Quer saber outra curiosidade? Este mesmo estudo revela que quanto mais as crianças conseguiam sincronizar os movimentos com o som mais sorriam. E mais do que a melodia eram as batidas que arrancavam os movimentos mais coordenados e efusivos. Pois é.
A dança obriga o corpo inteiro a interagir. Através de brincadeiras como palmas, passos, braços, saltos, pernas, etc. O importante é vencer a timidez, desenvolver o espírito de aceitação dos próprios erros e limitações. E a dança faz tudo isto. E muito mais: a nível físico desenvolve o sentido do ritmo, da audição, reflexos, elasticidade, coordenação e relaxamento. Ajuda a queimar energia e promove a criatividade.
A nível cognitivo o raciocínio é estimulado assim como a visão leva a ver os movimentos e a transformá-los em actos. A dança ajuda ao desenvolvimento humano. E não é explorando o seu próprio corpo que o bébe acaba conhecendo o mundo?
A partir dos seis meses os bébes já começam a ouvir os sons e a movimentar os braços. Aos oito quando gatinham e se sentam sozinhos quase dançam ao ritmo das melodias com os bracinhos a dar a dar para cima e para baixo sempre que toca uma música que lhes fica no ouvido. É igualmente natural ver uma criança de doze meses de dedo esticado qual maestro a dirigir uma melodia quando vê na televisão os karaokes para crianças como a Escolinha de Música. Ou o Panda vai à Escola. Muitos juntam a este momento um bater com ambos os pés. Estão a dançar. À sua maneira. Esta é a sua coreografia inata. É delicioso de se ver. E será importante os pais estimularem esta apetência?
Patricia Macedo, professora de dança e responsável por um workshop de dança para bébes na escola de dança, Dança Livre acredita que sim. “É uma fase onde o desenvolvimento psicomotor ocorre com grande intensidade e a estimulação a todos os níveis adquire um importância considerável”, diz, explicando ainda que o facto de os bébes serem estimulados através da música, do movimento e da interacção com os pais tráz ganhos ao nível da psicomotricidade, além de se fortalecerem os afectos entre mãe ou pai e o bebé. A idade mínima para participar numa aula de dança são 14 meses e a máxima 36 meses.
Os bébes são uma autêntica esponja de absorção do mundo que os rodeia. É inacreditável as mudanças que ocorrem apenas de um dia para o outro, por isso numa aula de dança eles terão acima de tudo estimulação sensorial, através da cor, do movimento e da capacidade auditiva. E nesta idade não há diferença entre meninos e meninas. O importante é mesmo sentir todos estes momentos únicos e inesqueíveis do prazer da música, do ritmo e do corpo a interagir com o mundo.
Patricia Macedo revela um pouco de como trabalha nestes workshops. “Cada sessão dura cerca de 45 minutos e cada workshop trabalha um tema específico, como a Floresta, o Mar, as 4 Estações. Cada sessão é constituída por um história de fundo e são compostas por cerca de 7 a 10 exercícios diferentes.” As professoras podem encarnar personagens diferentes e, através da expressão teatral e da dança, convidam os bebés a participar nas actividades propostas. Os pais participam, criando mais um elo de afectividade na relação.
Há uma duvida entre os especialistas, se a criança de 24 meses já pode desenvolver o gosto pela dança, isto porque com essa idade ela já consegue emitir algumas melodias e como já anda também consegue fazer alguns movimentos de dança. Não há resposta ainda para esta questão. Uma coisa é certa. O primeiro ano de vida é o mais eláxtico no que respeita ao desenvolvimento da criança. Aos três anos a criança já está mais centrada no movimento. Já tem memória do corpo mas é a partir dos quatro que a mudança se dá, pois já retém melodias e exprime-as através da dança. Há já uma certa perfeição na execução das “coreografias”.
Este artigo é uma forma de alertar os pais para a importância da dança no desenvolvimento dos filhos. O movimento ajuda a criança a comunicar, a expressar-se. Dá um empurrão no autoconhecimento e na auto-estima e não se pode deixar de salientar a importância da imagem corporal tão importante na construção da auto-confiança, principalmente na fase da adolescência. Depois proporciona benefícios físicos como resistência corporal, flexibilidade, estética e postura.
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