sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O português que fez fortuna com o Farmville


Farmville, a quinta virtual do Facebook, tornou-se a galinha dos ovos de ouro para João Oliveira.
Um português desenvolveu uma aplicação para o jogo Farmville, que já foi descarregada por mais de meio milhão de utilizadores.
Um fim-de-semana bastou para que o Farmville, um dos mais populares jogos da rede social Facebook, se tornasse um vício capaz de obrigar João Oliveira a "colocar o despertador a tocar a meio da noite". Para aproveitar uma promoção de dois dias para uns ‘Super Morangos', o jovem engenheiro informático acedia à sua conta de duas em duas horas. Rapidamente se fartou do jogo e deixou o ‘vício' de uma forma no mínimo lucrativa: desenvolveu a aplicação ‘Farming Extreme Manager', que substitui a mão humana nas tarefas rotineiras do Farmville. E o sucesso foi imediato após o lançamento a 1 de Setembro de 2009. Quase ano e meio depois, já mais de 500 mil utilizadores descarregaram o programa que, actualmente, custa 9,99 dólares (cerca de 7 euros) - no início, custava 4,99 dólares.
Mas o caminho para o êxito foi tudo menos tranquilo. Durante algum tempo, João Oliveira, 25 anos, recebeu ameaças por parte da Zynga, criadora do jogo da quinta virtual. "Ameaçaram processar-me porque o meu programa estaria a deturpar os termos de utilização do jogo", conta o jovem empresário. Aconselhou-se com um advogado a quem tudo parecia legal: "Não fui eu que tive de assinar os termos, foram os utilizadores. São os jogadores que eles têm de banir", explica.
Além disso, a concorrência cedo se sentiu com o lançamento de programas idênticos, numa altura em que o ‘site' onde está disponível o programa - www.automationlabs.org - estava a ser alvo de vários ataques de pirataria informática. Em Fevereiro do ano passado, uma ‘chain letter' no Facebook divulgou a informação de que a Automation Labs, empresa fundada por João Oliveira, era um conjunto de pessoas que espionava perfis dos utilizadores. "Diziam que se pesquisássemos por ‘automation labs' na ‘search box' do Facebook encontrariam os espiões. Mas tudo não passou de um grupo de simples utilizadores que tinham algo relacionado com o termo ‘automation labs' [laboratórios de automação], como estudantes do MIT", assegura o engenheiro. Ainda assim, numa primeira reacção, o Facebook bloqueou a página e a imprensa norte-americana, num ápice, tratou de divulgar o caso.
Nesse dia, a cobertura do episódio chegou a ultrapassar, em termos mediáticos, o regresso do então técnico do Inter, José Mourinho, a Londres, para defrontar o Chelsea, para a Liga dos Campeões. E a visibilidade da Automation Labs foi tanta que a NBC até já questionava se aquela mensagem em cadeia seria uma "inteligente estratégia de marketing".
Os próximos meses, de resto, não serão de descanso para Oliveira, uma vez que em fase de lançamento encontra-se já o CityVille Manager, aplicação para o recém-criado jogo do Facebook. E, se o sucesso, com todos os seus defeitos, for o mesmo que o do ‘Farming Extreme Manager', o mais recente pequeno milionário do Facebook terá de travar uma guerra ‘online' nos próximos tempos.
João Oliveira
Passa até dez horas diárias em frente ao PC, mas nem por isso João Oliveira, 25 anos, gosta de estar fechado em casa. O jovem empresário do Porto adora viagens e, depois do México e Marrocos, parte na próxima semana para a Tanzânia, para três semanas de férias com o mínimo acesso à Internet. Em 2008, terminou o Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto com a média de 16 valores e já trabalhou na ClusterMedia Labs, em Aveiro, e na QuidGest, em Lisboa.

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