O líder do PSD acusou hoje o Governo de ter protelado um pedido de ajuda externa que já se tinha tornado necessário “há muito tempo” com o único objetivo de “salvar a própria pele à custa do país”.
Pedro Passos Coelho, que falava num almoço promovido pelos Trabalhadores Sócias-Democratas (TSD) por ocasião do Dia do Trabalhador, “quem falou do lado do Governo contra os especuladores foram aqueles que mais gasolina deitaram na especulação contra Portugal em todos estes meses”.
“Toda a gente já percebeu que Portugal devia ter pedido ajuda externa há muito tempo (…) o que é que o Governo preferiu fazer para evitar explicar aos portugueses para evitar dizer aos portugueses que tinha falhado na sua política?
Preferiu fazer de conta e mascarar. A partir de setembro do ano passado passámos a enfrentar taxas de juro consideradas insustentáveis pelo próprio ministro das Finanças”, apontou.
E acrescentou: “Se há tanta gente que lucrou com a dívida pública portuguesa foi porque teve a certeza que o Governo não ia cumprir as metas a que se tinha proposto. Muitos impostos e muitos salários foram sacrificados para pagar juros mais altos do que aqueles que poderíamos ter pago se tivéssemos pedido ajuda na altura devida. Quem assim procedeu não pensou no país, nos portugueses (…) mas em si próprio, em salvar a própria pele à custa do país”, acusou.
Ao mesmo tempo, o PSD deu ao Governo “todo o apoio que era necessário” e “um ano depois tudo foi para o caixote do lixo à custa dos portugueses”.
“Não foi por falta do nosso apoio que se chegou a esta situação, mas não seria com a nossa conivência que continuaríamos eternamente a esconder a verdade (…) o PSD assume todas as suas responsabilidades, mas não deixará de chamar a atenção para as responsabilidades que cabem hoje ao primeiro-ministro e ao Governo do PS ”, enfatizou
Passos Coelho reiterou ainda que o PSD vai esperar pelo acordo que será estabelecido com a “troika” para apresentar o seu programa eleitoral.
"PSD tem a cara lavada e os bolsos lavados"
O líder social-democrata, considerou também que “na hora da verdade” os portugueses estarão confrontados nas próximas eleições com a escolha entre o PS que preferiu “fazer de conta e mascarar” a realidade e o PSD, que se apresenta “de cara lavada”.
Pedro Passos Coelho enfatizou que até às eleições chamará a atenção para a responsabilidade do PS e do Governo na situação a que o país chegou.
“O país saberá que na hora da verdade terá duas possibilidades (…) os portugueses sabem que se quiserem manter a situação como está têm uma boa hipótese, podem sempre votar no PS e no engenheiro Sócrates, mas se os portugueses percebem que o país não resiste, os desempregados não aguentam (…) o país inteiro que vive a realidade sabe que, se quiser diferente, se quiser acreditar na recuperação do país, então têm que mudar a liderança e este Governo, voltando-se para o PSD”, disse.
“Terá de ser com o PSD. Não fomos nós que trouxemos o país a esta situação, mas os portugueses sabem que é connosco que vão contar para acertar as contas e para cumprir um projeto de fazer desenvolver o nosso país”, referiu.
Considerando que o país não está “condenado a viver em pobreza”, Passos Coelho apontou que existe a possibilidade de “fazer de outra maneira”.
“E nós vamos fazer de outra maneira, falando verdade, trazendo para cima da mesa as contas verdadeiras e dizendo aos portugueses que chegou à altura de o Estado fazer os sacrifícios que andou a impor aos cidadãos e de apostar na economia, mas na economia que cria emprego, não na economia que cria rendas aos amigos do Estado (…) Temos a cara lavada e os bolsos lavados. E é porque estamos e somos livres que traremos essa liberdade a Portugal”, disse.
Fonte: Lusa
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