O FMI alerta para o "risco de a austeridade pode tornar-se política e socialmente insustentável nos países periféricos".
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou hoje que os programas de austeridade nas economias europeias com mais dificuldades podem ter limites políticos, à medida que aumenta a resistência na Grécia e em Portugal aos termos dos seus resgates financeiros.
Numa nota hoje foi divulgada em Washington, sobre o encontro de 4 e 5 de Novembro com o G20 no México, o Fundo considera que as condições financeiras na zona euro "continuam frágeis" e que há riscos de que os países que pediram apoio não consigam cumprir as reformas de ajustamento exigidas.
A instituição liderada por Christine Lagarde entende que os países em dificuldades podem ser impedidos "por factores de economia política" de agirem em tempo útil para pedir o apoio de que precisam ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES) e às novas operações de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE).
"Outro risco é que a austeridade pode tornar-se política e
socialmente insustentável nos países periféricos, uma vez que as reformas estruturais e orçamentais vão ainda levar anos para se concluírem", refere a nota do FMI.
O Fundo diz ainda que as recentes políticas, como o programa de recompra de dívida pública do BCE e o lançamento do MES, aliviaram uma parte das pressões financeiras que se colocam à zona euro.
"Os mercados financeiros têm tido um bom comportamento recentemente e tem havido sinais de que a trajectória da actividade aumentou em relação ao segundo trimestre. No entanto, a economia global permanece vulnerável a novos contratempos", acrescenta o comunicado, fazendo referência às batalhas políticas sobre o ajustamento orçamental nos Estados Unidos e no Japão.
Na Europa, refere o FMI, se houver novas pressões orçamentais, vai aumentar a pressão sobre os governos para que expandam as suas operações de austeridade para manter os orçamentos sob controlo, "gerando maiores perdas do produto e efeitos de contágio significativos a outras economias".
Fonte: Económico
Fonte: Económico
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