O presidente da RTP acredita que não há trabalhadores na empresa com vencimentos superiores à média de mercado, dando como exemplo as saídas recentes de membros da direcção de informação.
"Não creio que haja trabalhadores que recebam acima de média de mercado", disse Guilherme Costa, supondo que os jornalistas José Alberto Carvalho e Judite de Sousa, recentemente contratados pela TVI, terão melhores salários nos novos cargos.
"Esses jornalistas foram contratados pela concorrência, suponho eu, a preços mais elevados", disse o presidente da RTP na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura, onde foi ouvido por diversos assuntos, um dos quais a gestão salarial da empresa.
Admitindo que os funcionários da RTP "podem ter algumas razões de queixa relativas", até porque a empresa em 2009, por exemplo, não teve aumentos salariais de 2,9 por cento - mas apenas de 1,2 por cento - como a generalidade da função pública, Guilherme Costa lembrou o "esforço precoce de contenção de custos" que vem desde 2003 e do acordo de reestruturação financeira da empresa firmado com o Estado.
Questionado pela deputada Catarina Martins, do BE, sobre alegados aumentos salariais a cargos de chefia, o gestor disse que houve "407 casos de revisão de remunerações individuais", 13 dos quais com directores.
Guilherme Costa traçou uma cronologia dos aumentos salariais na RTP: em 2008 houve um aumento de 2,1% nos salários até seis mil euros, em 2009 o aumento foi de 1,2% ("quando a generalidade da função pública teve aumentos de 2,9%) até aos quatro mil euros e em 2010 não houve aumentos, embora ao longo dos anos tenham havido situações individuais revistas e analisadas.
No que refere ao plano de contenção de 15% dos custos operacionais imposto pelas medidas de austeridade do Governo, o presidente da RTP lembrou que a empresa "antecipou" essas medidas em 2010, conseguindo um corte de cerca de 15 milhões de euros do total de 25 milhões de euros exigidos até final de 2011.
"Se tal não sucedesse seria violentíssimo", declarou, indicando que a redução de custos operacionais centrou-se na diminuição dos serviços externos, com "renegociação de contratos e supressão de coisas não essenciais", na correcção de algumas medidas e na redução da massa salarial da empresa, nomeadamente por via do plano de saídas voluntárias de efectivos.
Em 2003 os capitais negativos da empresa situavam-se "perto dos mil milhões de euros" e em 2010 ficaram nos 554,2 milhões de euros, recordou ainda aos deputados o presidente da RTP.
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