Cabeleiras, bigodes postiços e um ramo de flores, o disfarce de palhaços contrasta com a extrema violência e o rigor de execução dos assaltantes que, de manhã, lançaram o terror ao invadirem o Tivoli Fórum, na avenida da Liberdade, em Lisboa, roubando mais de 120 mil euros em relógios. As flores escondiam um pé-de-cabra e gás-pimenta, com que atingiram um segurança. E, na fuga, passaram os objectos de luxo a um cúmplice de bicicleta.
O ataque violento, pelas 10h30 de sábado, foi estudado ao pormenor. Os bigodes e cabelos postiços, por debaixo de chapéus, tinham por objectivo dificultar a vida à Polícia Judiciária na identificação dos dois assaltantes. Os investigadores contam agora ter acesso ao sistema de videovigilância do Tivoli Fórum. Estudaram a hora de avançar, já sabendo que só teriam um segurança para imobilizar, com gás, e invadiram então a Machado Joalheiro, na entrada que fica virada para a avenida da Liberdade.
Mal conseguiram que as duas funcionárias abrissem a porta, agiram de forma rápida e violenta. Um dos dois ladrões empunhava uma pistola, com que ameaçou as vítimas, enquanto o outro partiu algumas das montras de vidro com o pé-de-cabra, retirando os relógios das mais caras marcas mundiais.
Em cerca de dois minutos, os ladrões acabaram por colocar na mochila vários artigos no valor de 120 mil euros. O alerta já tinha sido dado por alguém que se apercebeu do assalto violento e, à saída, quando se preparavam para abandonar o Tivoli Fórum, foram interceptados por um segurança, que logo neutralizaram com agressões e lançando-lhe gás-pimenta para a cara.
Em passo de corrida, seguiram para a rua, onde já os esperava um cúmplice de bicicleta, a quem foi entregue a mochila com o produto do roubo. Os primeiros dois fugiram a pé. A PSP esteve no local e a investigação está entregue à Secção de Roubos da PJ de Lisboa.
TRÊS ASSALTOS MILIONÁRIOS EM DOIS MESES
No espaço de dois meses, ladrões armados fizeram uma razia numa das ourivesarias mais luxuosas de Lisboa: a Manuel dos Santos, nas Galerias Saldanha Residence. Nas duas acções (25 de Outubro e no dia de Natal do ano passado) levaram cerca de 600 mil euros em relógios de luxo. Na primeira vez, dois homens armados agiram disfarçados de operários da construção civil, sequestrando as duas funcionárias. Já na noite de Natal, três encapuzados fecharam as portas do Residence, já encerrado, partiram cinco montras e levaram vários relógios de luxo. No meio deste assalto, a 14 de Novembro do ano passado, no Dolce Vita Monumental, também no Saldanha, em Lisboa, a apenas 40 metros da casa do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, sete ladrões arrombaram a porta e levaram 350 mil euros em relógios.
PARTE MONTRA COM PEDRA E LEVA OURO
Apenas com uma pedra da calçada na mão, um homem, com cerca de 25 anos, entrou anteontem ao início da tarde no Centro Comercial Oceano, em Odivelas, e partiu uma montra da ourivesaria Brasão d’Ouro, de onde levou várias peças de ouro, num montante aproximado de 15 mil euros. O assaltante agiu sozinho, pelas 13h15, numa altura em que a loja estava fechada para almoço – num assalto que ficou registado pelas câmaras de videovigilância do centro comercial. O proprietário, João Santos, de 65 anos, disse ao CM que o ladrão levou vários fios, pulseiras e anéis de ouro da montra danificada.
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