sábado, 23 de abril de 2011

Finanças: Organize seu dinheiro

Sendi Morais
Está com o nome sujo na praça, não sabe quanto dinheiro tem sobrando no banco e está sempre com as contas a pagar atrasadas? Então passou da hora de aposentar aquele velho caderninho e utilizar o que a tecnologia oferece de melhor para organizar suas finanças, ficar com o saldo em dia e ainda economizar uma graninha ao final do mês.

Fazer o orçamento de casa não é novidade e certamente não surgiu com a internet. “Essa ideia de fazer um balanço da receita que entra e da despesa que sai existe desde que a contabilidade surgiu, na Idade Média”, afirma o educador financeiro Mauro Calil, autor do livro Receita de Bolo. O que avançou foi a maneira de produzir o controle, desde os antiquados livros-caixa, passando pela caderneta, pela planilha do Excel e, agora, por sites e aplicativos para celulares e tablets. 

O designer de interface gaúcho Ivan Marveira, por exemplo, aposentou o caderninho em 2001 e desde então mantém suas finanças organizadas em sistemas eletrônicos. Ele começou com uma planilha simples do Excel, passou para o Google Docs para ter acesso aos dados de qualquer computador e atualmente usa um aplicativo online que permite consultar e inserir despesas via celular. “No site, ficou mais fácil ver onde estavam os maiores gastos, principalmente os desnecessários. Consegui economizar mais”, diz Marveira. 

Detectar gastos supérfluos é o grande trunfo destes sistemas. “As grandes despesas, como aluguel, a pessoa já tem na cabeça. A vantagem é avaliar gastos pequenos”, explica Calil. Segundo o autor, fazer esse controle mostra quais despesas pesam mais no orçamento familiar. “Muitas vezes, a pessoa não percebe que está gastando excessivamente em determinada coisa e a planilha é um instrumento para mudança de hábitos”, explica. 

Mas não pense que basta colocar os dados no sistema para ter resultados. “Uma planilha demora três meses para ficar completa e condizente com a vida financeira da pessoa”, diz Calil. Segundo ele, no começo, as pessoas superestimam receitas e subestimam gastos. E não adianta usar o sistema mais moderno possível sem fazer a lição de casa. Segundo a consultora financeira Evanilda Rocha, é necessário anotar todos os gastos, inclusive os pequenos, tais como condução e cafezinho. “Tenha informações precisas para alimentar o banco de dados no site porque elas servirão de base para os relatórios”, explica Evanilda. 

Após colocar as finanças em dia, é hora de investir o dinheiro poupado. E a internet e aplicativos móveis são úteis para quem opera na Bolsa de Valores, na modalidade chamada home broker. Antigamente, as pessoas operadores da Bolsa para poder comprar alguma ação. Agora, a gritaria do pregão ficou para trás e com um click é possível movimentar milhões de reais em ações. 

Segundo estatísticas da Bovespa, em janeiro de 2000, o home broker representava 0,38% do volume total negociado na Bolsa. Em janeiro de 2011, a participação do home broker já chegava a 14,6%. “A popularização da internet foi a responsável por isso. O home broker aumentou a escala de negociações com ações no País”, diz Bruno de Paoli, diretor de marketing da corretora XP Investimentos. 

O estudante de engenharia Bruno Stefani, de 27 anos, é mais um investidor que ajudou a aumentar a participação das pessoas físicas na Bolsa de Valores. Com aplicações desde 2008, ele usa o sistema de home broker de um banco para comprar e vender títulos ao longo do dia. “Na web, acompanho as cotações em tempo real e consigo negociar em questão de segundos”, afirma Stefani. 

Apesar do crescimento da modalidade home broker no Brasil, ela ainda é pequena se comparada aos Estados Unidos, onde investir em ações é tradição há muito tempo. A maior parte dos investidores brasileiros ainda é iniciante e “não sabe operar no home broker sozinho”, explica Paoli. Segundo o diretor da XP Investimentos, as pessoas precisam aprender a investir melhor, diversificar aplicações e se especializar no assunto. “Só com conhecimento da área a pessoa conseguirá tirar o máximo dessa modalidade de investimento”, conclui Paoli.

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