Espanha continua a descolar de Portugal que, a avaliar pelos mercados, está na iminência de pedir ajuda externa.
É que os juros exigidos pelos investidores no mercado secundário para comprar dívida portuguesa a 2 anos são agora superiores em quase três vezes aos cobrados para absorver obrigações espanholas da mesma maturidade.
No prazo a dois anos, a ‘yield' portuguesa superou hoje pela primeira vez a barreira dos 8%. A taxa espanhola está em 3%.
Na maturidade a cinco anos o cenário não é muito diferente. A Espanha são cobrados 4,3%, menos de metade dos 9,1% exigidos a Portugal.
O diferencial, ou ‘spread', entre as obrigações do Tesouro nacionais e espanhola a 10 anos também nunca foi tão gordo: 289 pontos base.
Outro critério para chegar à mesma conclusão é o preço dos ‘credit default swaps' (CDS) sobre obrigações a 5 anos de Portugal e de Espanha. A protecção contra o incumprimento português, tido como mais provável, custa 561 pontos base. O espanhol, mais seguro, está cotado em 224 pontos, também menos de metade.
Este distanciamento das taxas de juros entre os dois países ibéricos tem um significado evidente: Espanha está a deslocar dos países europeus em maiores dificuldades, enquanto Portugal está cada vez mais perto de seguir o caminho de Atenas e Dublin, ou seja, ser intervencionado.
Joaquin Almunia disse esta semana que "qualquer pessoa que olhe para os mercados financeiros vê, há algum tempo, que a evolução dos índices" de Espanha "está claramente separada" da de outros países, como Portugal, Irlanda ou a Grécia.
Também Olli Rehn separa as águas dizendo que "Espanha começou a tomar no ano passado medidas decisivas para equilibrar as despesas públicas, adoptar reformas estruturais no sistema de pensões e do mercado de trabalho bem como, e isto é muito importante, do seu próprio sistema de poupança", por isso, "o peso da sua dívida é "inferior à média da UE.
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