Mais de 64.000 pessoas responderam "Eu Vou" à manifestação da "geração à rasca" convocada para hoje à tarde em várias cidades portuguesas, através do Facebook.
Ao final da manhã, continuavam a surgir ideias para reforçar o protesto, como fazer soar em todo o país as sirenes dos bombeiros e os sinos das igrejas para os políticos "ouvirem bem o desespero de um povo inteiro".
Apesar da denominação, a iniciativa extravasou as fronteiras de uma geração, com "jovens" de cabelos brancos a assinalarem presença em nome dos filhos, netos e gerações futuras.
Por entre críticas ao Governo, acusado de só proferir "mentiras" e criar "embustes", são também visíveis, na página dedicada ao evento, alguns comentários desfavoráveis à presença de deputados e representantes de juventudes partidárias que manifestaram a intenção de integrar a manifestação, anunciada como apartidária, laica e pacífica.
Filipe Monteiro incita a uma mobilização geral: trabalhadores, colaboradores, empreendedores, qualificados, desqualificados, condecorados ou reles, empresários, contestatários, rurais, urbanos, novos, velhos, vários. "Ficar em casa é que não".
Numa outra publicação lê-se um poema de Fernando Pessoa (Nevoeiro), a que alguém responde ansioso "Está quase na hora".
Há quem coloque vídeos com música ou fotografias com os filhos para ilustrar o mural. Pela dignidade, pelo direito à família. Porque, para muitos, o futuro "É Hoje".
Mesmo em cima da hora, ainda havia propostas para criar um banco de boleias, dada a insatisfação manifestada por muitos cibernautas por não terem manifestações organizadas na sua terra.
Protesta-se contra o preço dos combustíveis, fazem-se comparações com Espanha e propagam-se apelos para que todos os cidadãos lutem pelos seus direitos: "Vamos mostrar que o povo não está contente, o silêncio leva ao consentimento das medidas tomadas".
Face a notícias que associam a PSP e o SIS à vigilância da manifestação, dividem-se os comentários entre a provocação e a solidariedade.
Enquanto uns dizem que vão levar cocktails molotov para o lanche, outros escrevem que as forças de segurança estão no mesmo barco e até gostariam de estar ao lado dos manifestantes, convidando os polícias a juntar-se ao desfile.
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