domingo, 20 de março de 2011

Carta de Kadhafi: "Se houver guerra, Obama continuará a ser meu filho"

O líder da Líbia, Muammar Kadhafi, trata o presidente norte-americano por "honrado Barack Hussein Obama" e diz que continuará a amá-lo.

Num excerto de uma carta enviada a Obama, publicado no sábado à noite pela agência noticiosa AP, Kadhafi começa por tratar o Presidente norte-americano como "honrado Barack Hussein Obama".

"Como disse anteriormente, se, e que Deus o proíba, houver uma guerra entre a Líbia e os Estados Unidos, (Obama) continuará a ser o meu filho e continuarei a amá-lo", lê-se.

O líder líbio escreve que não quer alterar a "imagem" que tem do Presidente norte-americano e avisa que toda a população o continua a seguir.

"O povo líbio está comigo, pronto a morrer, mesmo mulheres e crianças", garante Kadhafi, acrescentando que estão a lutar apenas contra a "al-Qaida", nomeadamente a facção do "Magreb islâmico". "É um grupo armado que está a lutar desde a Líbia até à Mauritânia, entre a Argélia e o Mali", argumenta.

O líder questiona ainda Obama sobre o que iria fazer se visse as suas cidades a serem tomadas pela "força das armas".

Já nas cartas dirigidas ao Presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, e ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban ki-Moon, Kadhafi avisa que a "Líbia é dos líbios". "A Líbia não é vossa. A Líbia é dos líbios. A resolução do Conselho de Segurança (da ONU) é inválida porque não respeita as disposições dos assuntos internos de cada país", argumenta na missiva.

Para Kadhafi, o documento, que justificou a operação militar lançada hoje, é uma "terrível opressão, uma brutal agressão". "Quem vos deu esse direito (de interferir em assuntos internos)? Vão arrepender-se se ousarem intervir no nosso país. Não podemos disparar uma única bala contra o nosso próprio povo", conclui.

A notícia da AP não esclarece se estas cartas foram escritas antes ou depois do início hoje da ofensiva das forças internacionais contra alvos na Líbia para fazer cumprir a resolução da ONU adotada na quinta-feira.

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