quarta-feira, 9 de março de 2011

Tomada de Posse do Presidente da República: Discurso de Cavaco abre guerra com o PS e apela ao "sobressalto cívico" e "grande mobilização nacional" (C/ Vídeo)

O momento em que Cavaco Silva jura proteger e fazer cumprir a Constituição Portuguesa

Cavaco Silva afirmou no seu discurso de tomada de posse que a estabilidade política deve ser aproveitada para a resolução efectiva dos problemas do País. O PS não gostou nada do que ouviu.

"Seria desejável que o caminho a seguir fosse consubstanciado num programa estratégico de médio prazo objecto de um alargado consenso político e social", disse.

O Presidente prometeu "actuar como elemento moderador das tensões políticas e factor de equilíbrio".

"Serei rigorosamente imparcial no tratamento das diversas forças políticas, mantendo neutralidade e equidistância relativamente ao governo e à oposição," afirmou.

Mas deu um sinal de que vai ser mais interventivo no seu segundo mandato quando prometeu "contribuir para a definição de linhas de orientação e de rumos para a economia nacional que permitam responder às dificuldades".

O Presidente arrancou palmas das bancadas da direita quando condenou de forma velada o investimento no TGV. "Não podemos privilegiar grandes investimentos que não temos condições para financiar, que não contribuem para o crescimento da produtividade e que têm um efeito temporário e residual na criação de emprego".

"Não se trata de abandonar os nossos sonhos e ambições. Trata-se de sermos realistas." Cavaco criticou ainda "a cultura nociva e os laços pouco transparentes de dependência com os poderes públicos, fruto, em parte, das formas de influência e de domínio que o crescimento desmesurado do peso do Estado propicia. É uma cultura que tem de acabar! Deve ser clara a separação entre a esfera pública das decisões colectiva e a esfera privada dos interesses particulares."

Cavaco exigiu um "discurso de verdade" e traçou com pormenor um quadro muito grave da situação do País citando dezenas indicadores. "Muitos dos nossos políticos não conhecem o país real, apenas o país virtual e mediático," acusou diante dos deputados.

Cavaco calou o Parlamento quando confessou surpresa por ter "passado despercebido nos meios políticos e económicos" o alerta lançado pelo Governador do Banco de Portugal, em Janeiro: "São insustentáveis tanto a trajectória da dívida pública como as trajectórias da dívida externa e da posição de Investimento Internacional do nosso País".

O Presidente, que chocou com o PS por causa de diplomas fracturantes como o casamento homossexual, a lei do divórcio e a lei da mudança de sexo, fez ainda uma defesa da família como "elemento agregador da sociedade portuguesa".

O discurso terminou com um apelo aos jovens para que "ajudem o vosso País".

A três dias do projecto da chamada Geração à Rasca afirmou: "Mostrem às outras gerações que não se acomodam nem se resignam".

No final, foi aplaudido pelas bancadas do PSD e PP. As restantes ficaram em silêncio.

Francisco Assis, líder da bancada parlamentar socialista, afirmou depois que este "não foi um discurso apropriado de um Presidente de todos os portugueses" (ver notícia relacionada).

LEIA A SEGUIR AS PASSAGENS MAIS MARCANTES DO DISCURSO DE CAVACO E O MINUTO A MINUTO DA TOMADA DE POSSE:

16.28 - "Ao tomar posse estou convicto que existem razões de esperança para o nosso País", prosseguiu Cavaco, exaltando o espírito do povo português e elogiando a actual geração. "Deposito nesta geração a esperança num Portugal melhor. Ajudem o vosso País. Mostrem que é possível viver num País mais justo e sadio. Sonhem mais alto. Todos juntos iremos vencer"

16.25 - Cavaco apelou ainda ao papel essencial da família. "Deve existir uma política de família, que aprofunde elos entre gerações". E deixou depois uma crítica no sentido de os lugares políticos não terem que ser apenas ocupados tendo em conta a filiação. "Se nada fizermos, os nossos melhores jovens vão fixar-se no estrangeiro. Muitos jovens não se revêm na actual forma de fazer política. É preciso que voltem a acreditar nos governantes"

16.21 - "A nossa sociedade não pode continuar adormecida perante os desafios que se lhe colocam", prosseguiu o PR. "os cidadãos têm de mudar a sua atitude. É altura de os portugueses despertarem da letargia que têm vivido. Só assim podemos aproximar-nos de países mais desenvolvidos da União Europeia". "Muitos dos nossos politícos não conhecem o País real, só o virtual e mediático", referiu cavaco, ouvindo-se novamente aplausos das bancadas do PSD e PS.

16.15 - Cavaco fala no desemprego e no desenvolvimento das empresas. "É preciso atrair jovens para as empresas. Portugal precisa de uma nova vaga de empreendedores". "Não podemos privilegiar grandes investimentos que não podemos suportar", atirou Cavaco, ouvindo-se aplausos das bancadas do PSD e PP. 'O caminho é possível, mas não será fácil nem rápido".

16.10 - "Só com gestão rigorosa e determinada será possível crescimento económico [...] A redução do déficit alimentar é um assunto muito sério", referiu o PR, pedindo "mais eficiência e rigor no sistema de Justiça".

16.05 - "A resolução dos problemas exige a consciencialização de todos. É imperativo melhorar a qualidade das políticas públicas", referiu o Presidente da República, chamando a atenção para "a perda de competitividade da economia portuguesa".

15.58 - "Acredito que conseguiremos ultrapassar os problemas actuais", referiu Cavaco, lembrando as estimativas pouco animadoras do Banco de Portugal e não esquecendo a taxa de desemprego. "Portugal encontra-se numa situação particularmente difícil", prosseguiu o Presidente da República.

15.54 - Cavaco Silva começa a discursar. "Serei Presidente de todos os portugueses. Assumo o compromisso de fazer cumprir a lei fundamental da nossa República. O momento que o País atravessa exige especial cooperação. O Governo pode contar com uma magistratura activa. Actuarei como elemento moderador"

15.48 - "O contexto deste mandato presidencial coincide com expectativas dos portugueses. Será preciso pulso orientador e uma magistratura activa", disse Jaime Gama. "Só com a união de esforços alcançaremos resultados".

15.39 - Jaime Gama, presidente da Assembleia da República, começa a discursar: "Desejo-lhe um novo mandato à altura dos desafios nacionais [...] Estas palavras decorrem em momentos difíceis para a Europa e Portugal devido à crise financeira", disse Gama, falando numa cena internacional "levediça" e focando temas como o endividamento de Portugal. O líder da AR pediu um entendimento entre o PR e o Governo para a resolução dos problemas.

15.38 - Cavaco Silva assinou o auto de posse e a declaração de compromisso.

15.35 - Cavaco Silva fez o juramento sobre a Constituição. Seguiu-se o Hino Nacional.

15.30 - Jaime Gama, presidente da Assembleia da República, ordena a leitura da acta de apuramento dos resultados eleitorais.

15.28 - À hora estipulada, Cavaco Silva dá entrada no hemiciclo.

15.20 - Cavaco dirige-se para o Salão Nobre onde cumprimenta algumas figuras de Estado, líderes parlamentares incluídos.

15.19 - O plenário repleto espera pela entrada de Cavaco. Passos Coelho fala demoradamente com António Costa. Marcelo Rebelo de Sousa debate com o seu colega do Conselho de Estado, Anacoreta Correia e o presidente da Associação de Municípios, Fernando Ruas. Na bancada, Mário Soares está em conversa animada com Francisco Pinto Balsemão.

15.17 - No total estão presentes 450 convidados na cerimónia, a grande maioria diplomatas.

15.14 - Cavaco Silva chegou ao Parlamento e foi recebido por Jaime Gama. Seguiu-se o protocolo com saudação ao batalhão e o Hino Nacional.

15.11 - Passos Coelho ocupa um lugar na fila da frente da zona reservada a órgãos de soberania e outras figuras do regime no centro do hemiciclo. O líder do PSD assistirá à tomada de posse de Cavaco Silva ao lado de António Costa e cara-a-cara com José Sócrates.

15.10 - Jaime Gama desceu as escadarias da Assembleia da República para receber Cavaco Silva, que deverá chegar dentro de poucos minutos.

15.05 - "Tenho a certeza que o Presidente da República saberá estar à altura. Espero que ele seja um factor de coesão e união entre os portugueses e saiba colocar os interesses do País à frente de todos. Será porventura o mandato mais exigente dos presidentes da República até hoje", disse Pedro Passos Coelho.

15.03 - Pedro Passos Coelho também já está na Assembleia da República.

15.01 - José Sócrates chegou ao Parlamento para assistir à tomada de posse de Cavaco Silva.

14.58 - Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, já chegou ao Parlamento.

14.55 - Zacarias da Costa, ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor, é a única personalidade estrangeira presente na cerimónia, já que se trata de uma reeleição.

14.52 - A família de Cavaco Silva (os dois filhos e os cinco netos) chegou ao Parlamento.

14.49 - António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, chegou ao Parlamento num pequeno carro eléctrico, contrastando com os automóveis de alta cilindrada de ministros e convidados.

14.46 - Quase todos os ministros e convidados já chegaram ao Parlamento. Mário Soares e Ramalho Eanes, antigos presidentes, também já estão na Assembleia da República.

Antes da cerimónia oficial da tomada de posse, agendada para as 15.30 na Assembleia da República, o Chefe de Estado dedicou a manhã a dois temas que considera prioritários para o futuro de Portugal: o mar e os jovens.

Na Assembleia da República, Jaime Gama abriu a sessão cerca das 14.45, suspendendo-a de seguida para receber o Presidente da República e os convidados, seguindo-se toda a parte protocolar.

Após o juramento sobre a Constituição segue-se uma salva de 21 tiros de artilharia naval e é executado o Hino Nacional. Depois, o Presidente da Assembleia da República apresenta as saudações e cumprimentos e passa a palavra ao Chefe de Estado.

No Palácio de Belém decorrerá ao final da tarde uma recepção com centenas de convidados, a partir das 19:00.

Veja aqui o Vídeo:

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