De Helsínquia chegaram ontem sinais de um possível contágio nuclear à Europa da crise na central Fukushima.
As autoridades finlandesas admitiram ter detectado partículas de iodo radioactivo no país, mas depressa afastaram quaisquer riscos para a saúde."A concentração de partículas deveria ser pelo menos um milhão de vezes maior para ser necessário tomar alguma medida", segundo a Autoridade de Radiação e Segurança nuclear da Finlândia. A ONU, através de uma rede em 89 países, está acompanhar o trajecto da radioactividade nipónica, já detectado nas regiões norte-americanas de Havai, Wake Island, Sacramento e Charlottesville, assim como na Islândia.
O alarme europeu chegou no dia em que das torneiras de Tóquio foram encontrados níveis elevados de radiação. A água canalizada na capital japonesa contém cerca de 210 becqueréis de iodo-131 por litro, mais do dobro dos valores considerados como apropriados para as crianças, e muito perto dos 300 becqueréis estabelecidos como limite para os adultos. Antes deste episódio, os vegetais e leite produzidos na região da central Fukushima - longe de estabilizada - tinham já sido contaminados por radiação e proibidos de ser vendidos.
A Organização Mundial de Saúde exclui, por enquanto, que o Japão tenha exportado estes alimentos. Hong Kong já proibiu qualquer importação alimentar do Japão. E Bruxelas garantiu ontem que os testes feitos a alimentos japoneses não tinham qualquer indício de radioactividade. Portugal importou em 2010 cerca de 1,5 milhões de euros em bens alimentares do Japão, segundo o INE. A Direcção-Geral de Alfândegas, com o apoio laboratorial do Instituto de Tecnologia Nuclear, têm a missão de fiscalizar os riscos destas importações, Mas até ao momento não responderam ao Diário Económico sobre quais os meios envolvidos nesta operação.
Depois de ontem a central de Fukushima ter sido, de novo, evacuada por outro incêndio, a crise nuclear causou uma fricção entre Berlim e Brasília. O governo alemão adiantou ontem que iria rever as garantias financeiras já aprovadas para a construção de uma central nuclear no Brasil. "A tecnologia nuclear é transitória", disse a chanceler Angela Merkel, antes de acrescentar "quanto mais cedo a saída, melhor". A posição de Merkel é um flique-flaque na política nuclear alemã, que antes do acidente de Fukushima tinha optado por alargar o tempo de vida das centrais.
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