"Apresentei agora mesmo a demissão do cargo de primeiro-ministro. Tenho consciência da seriedade desta decisão", começou José Sócrates. Antes disso, a presidência da República emitiu um comunicado em que informava que o primeiro-ministro pedira a demissão.
As declarações de José Sócrates:
- "Sempre alertei para as consequências negativas de um programa de ajuda externa. Tem consequências negativas para imagem, prestígio e reputação nacional".
- "Um programa de ajuda externa tem consequências negativas para pessoas e empresas. Basta olhar para países que recorreram a essa ajuda. Foi para isso que até ao último minuto mantive total disponibilidade para negociar com todos. Ao longo destes dias fiz inúmeros apelos à responsabilidade"
- "Lamento que tenha sido o único a fazer esse apelo e que nenhuma força política tenha respondido a esse apelo".
- "Esta crise política era evitável, desnecessária e inoportuna"
- "O que se passou hoje na AR não tem a ver comigo. Tem a ver com o País e hoje o País perdeu. Esta crise política tem consequências gravíssimas para a confiança que Portugal precisa de ter nos mercados internacionais.
- "Pela minha parte sinto que estou a cumprir o meu dever. Apresentei as medidas necessárias e urgentes e fi-lo com uma única preocupação: proteger o país da necessidade da ajuda externa.
- "Quero dizer aos portugueses que o país não ficou sem Governo, que podem contar com a mesma atitude e com o mesmo sentido institucional de sempre. O Governo cumprirá totalmente o seu dever dentro das competências que são próprias de um Governo de gestão, com a consciência da gravidade da situação com que o país acaba de ser atirado"
- "A crise política só pode ser resolvida pela decisão soberana dos portugueses. Com a determinação de sempre e a mesma vontade de servir o meu país, irei submeter-me a essa decisão"
- "Agora e sempre confio nos portugueses. Agora e sempre eu confio em Portugal"
Antes de Sócrates falar aos portugueses, a Presidência da República emitiu um comunicado dando conta da demissão, que colocou no seu site oficial - que ficou imediatamente inacessível, presumivelmente dado o número de acessos de utilizadores que teve.
Dia 25, Cavaco Silva vai receber os partidos com representação na Assembleia da República.
O Governo mantém-se em funções até novas eleições.
A reunião do primeiro-ministro com o Presidente da República, no Palácio de Belém, demorou cerca de 20 minutos. Sócrates chegou a Belém pelas 20.20 e saiu às 20.40.
Fonte oficial disse ao DN que José Sócrates previa falar ao País às 20.00h, em São Bento. No entanto, o atraso do encontro com Cavaco obrigou ao mudar de planos. Sócrates falou às 21.00 a partir de São Bento.
No debate na Assembleia da República, a que Sócrates - e grande parte dos ministros do seu Governo - não assistiram, o PEC 4 foi rejeitado por todos os partidos da oposição.
Às 15h37, o primeiro-ministro, depois de ouvir a intervenção inicial do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, abandonou o hemiciclo, dirigindo-se para a sua residência oficial.
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