O presidente norte-americano Barack Obama já confirmou que autorizou uma "acção militar limitada" hoje na Líbia. A intervenção começou à tarde, com disparos de aviões franceses.
"Hoje eu autorizei as forças armadas dos Estados Unidos a começarem uma acção militar limitada na Líbia, em apoio ao esforço internacional para proteger civis líbios. Esta acção já começou. Neste esforço, os EUA estão a agir com uma ampla coaligação que está comprometida em cumprir a resolução do Conselho de Segurança da ONU", afirmou, em Brasília.
Segundo o Presidente norte-americano, a acção militar decorre depois de o líder líbio ter desrespeitado a exigência da ONU de um cessar-fogo. "(...) Ele [Kadhafi] ignorou essa oportunidade. Os seus ataques ao seu próprio povo continuaram, as suas tropas estão em movimento e o perigo para o povo da Líbia aumentou", acrescentou.
"Estou profundamente consciente dos riscos de qualquer acção militar, independentemente dos limites que impomos. Quero que o povo americano saiba que o uso da força não foi a nossa primeira escolha, e não é uma escolha feita facilmente, mas não podemos assistir enquanto um tirano diz ao seu povo que não haverá piedade. Então temos que ser claros: acções têm consequências", disse.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse, por seu lado, que as forças britânicas estão em acção para proteger o povo líbio. "A acção militar é necessária, legal e justificada", afirmou.
O Pentágono avançou que foram lançados 110 mísseis de cruzeiro pelos EUA e Grã-Bretanha. Os ataques aéreos tiveram como ponto de partida navios e submarinos e tiveram como alvo defesas aéreas em Tripoli, a capital da Líbia, e Misrata. Segundo o Pentágono, mais de 20 desses mísseis Tomawahawak foram certeiros.
A operação foi coordenada a partir de um quartel-general americano na Alemanha.
Os aviões franceses iniciaram a operação militar na Líbia e fizeram o primeiro disparo às 16.45 (mesma hora em Lisboa) contra um veículo militar líbio.
A televisão líbia garantiu que os ataques aéreos atingiram áreas civis em Tripoli, Misrata, Zouara et Benghazi. E afirmou que um avião francês foi abatido pelas forças líbias na região de Tripoli. Uma informação que a força-aérea francesa já desmentiu.
Representantes da União Europeia, Liga Árabe, União Africana, ONU e Estados Unidos decidiram hoje em Paris lançar uma operação militar para impor a aplicação da resolução 1973, que prevê a imposição de uma zona de exclusão aérea para proteger as populações civis líbias.
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