quinta-feira, 23 de junho de 2011

Uns conselhos a Geração a Rasca...


Este texto não é meu.... mandaram-me por e-mail ... estamos todos a precisar de ler isto !

A geração dos meus pais não foi uma geração à rasca. 
Foi uma geração com capacidade para se desenrascar. 
Numa terriola do Minho as condições de vida não eram as melhores. 
Mas o meu pai António não ficou de braços cruzados à espera do Estado ou de quem quer que fosse para se desenrascar. 
Veio para Lisboa, aos 14 anos, onde um seu irmão, um pouco mais velho, o Artur, já se encontrava. 
Mais tarde veio o Joaquim, o irmão mais novo. 
Apenas sabendo tratar da terra e do pastoreio, perdidos na grande e desconhecida Lisboa, lançaram-se à vida. 
Porque recusaram ser uma geração à rasca fizeram uma coisa muito simples. 
Foram trabalhar. 
Não havia condições para fazerem o que sabiam e gostavam. 
Não ficaram à espera. 
Foram taberneiros. 
Foram carvoeiros. 
Fizeram milhares de bolas de carvão e serviram milhares de copos de vinho ao balcão. 
Foram simples empregados de tasca. 
Mas pouparam. 
E quando surgiu a oportunidade estabeleceram-se como comerciantes no ramo. 
Cada um à sua maneira foram-se desenrascando. 
Porque sempre assumiram as suas vidas pelas suas próprias mãos. 
Porque sempre acreditaram neles próprios. 
E nós, eu e os meus primos, nunca passámos por necessidades básicas. 
Nós, eu e os meus primos, sempre tivémos a possibilidade de acesso ao ensino e à formação como ferramentas para o futuro. 
Uns aproveitaram melhor, outros nem tanto, mas todos tiveram as condições que necessitaram. 
E é este o exemplo de vida que, ainda hoje, com 60 anos, me norteia e me conduz. 
Salvaguardadas as diferenças dos tempos mantenho este espírito. 
Não preciso das ajudas do Estado. 
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se. 
Não preciso das ajudas da família que também têm as suas próprias vidas. 
Não preciso das ajudas dos vizinhos e amigos. 
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se. 
Preciso de mim. 
Só de mim. 
E, por isso, não sou, nunca fui, de qualquer geração à rasca. 
Porque me desenrasco. 
Porque sempre me desenrasquei. 
O mal desta auto-intitulada geração à rasca é a incapacidade que revelam. 
Habituados, mal habituados, a terem tudo de mão beijada. 
Habituados, mal habituados, a não precisarem de lutar por nada porque tudo lhes foi sendo oferecido. 
Habituados, mal habituados, a pensarem que lhes bastaria um canudo de um qualquer curso dito superior para terem garantida a eterna e fácil prosperidade. 
Sentem-se desiludidos. 
E a culpa desta desilusão é dos "papás" que os convenceram que a vida é um mar de rosas. 
Mas não é. 
É altura de aprenderem a ser humildes. 
É altura de fazerem opções. 
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não encontram emprego "digno". 
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não conseguem ganhar o dinheiro que possa sustentar, de imediato, a vida que os acostumaram a pensar ser facilmente conseguida. 
Experimentem dar tempo ao tempo, e entretanto, deitem a mão a qualquer coisa. 
Mexam-se. 
Trabalhem. 
Ganhem dinheiro. 
Na loja do Shopping. 
Porque não ? 
Aaaahhh porque é Doutor... 
Doutor em loja de Shopping não dá status social. 
Pois não. 
Mas dá algum dinheiro. 
E logo chegará o tempo em que irão encontrar o tal e ambicionado emprego "digno". 
O tal que dá status. 
O meu pai e tios fizeram bolas de carvão e venderam copos de vinho. 
Eu, que sou Informático, System Engineer, em alturas de aperto, vendi bolos, calças de ganga, trabalhei em cafés, etc. 
E garanto-vos que sou hoje muito melhor e mais reconhecido socialmente do que se sempre tivesse tido a papinha toda feita.

Geração à rasca? 
Vão trabalhar que isso passa
 ... 

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