É desta forma que o então embaixador dos Estados Unidos em Lisboa descreveu as razões para que Portugal tenha comprado submarinos e tenha 39 caças de combate.
A diplomacia norte-americana escreve ainda que o ministério da Defesa compra armamento por uma questão do orgulho e não importa se é útil ou não.
Num telegrama enviado a 5 de Março de 2009, o então embaixador Thomas Stephenson escreve ainda que Portugal gasta dinheiro em submarinos que devia usar em outras áreas em falta cpmo navios para patrulhar a costa.
Também o então ministro da Defesa, Severiano Teixeira, foi alvo de avaliação, sendo classifcado como um académico brilhante, mas um ministro fraco sem influência.
O embaixador norte-americano classifica ainda Portugal como um país de generais "sentados": que tem mais generais e almirantes por soldado que quase todas as outras forças armadas modernas.
Outro alvo das críticas foi o ex-presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Rui Machete. E há mesmo um telegrama em que é escrito que é o momento de "decapitar"Machete.
A diplomacia dos Estados Unidos dizem que Rui Machete tinha ligações aos dois maiores partidos e era suspeito de atribuir bolsas para pagar favores políticos. Rui Machete garante que as acusações não têm fundamento.
O actual ministro português da Defesa, Santos Silva, condenou, ontem, a divulgação pelo jornal Expresso de telegramas envolvendo a embaixada norte-americana em Portugal, considerando que a confidencialidade é necessária para assegurar a liberdade e a segurança das populações.
Para Santos Silva, o procedimento a seguir deve ser o legal: "As democracias publicitam informação, incluindo informação secreta, mas passados vários anos, passado o prazo necessário para que os motivos que levaram à classificação de informação como secreta, confidencial ou reservada tenham deixado de existir".
Entretanto, a actual embaixada dos EUA disse que não comenta estes documentos divulgados pelo expresso. Diz apenas que a decisão da Wikileaks de publicar estas informações é uma tentativa de destruir e destabilizar a segurança global.
O semanário Expresso teve acesso as estes documentos classificados através de uma parceria que estabeleceu com o jornal dinamarquês Politiken e o norueguês Aftenposten, e que permitiu a leitura dos 722 telegramas que constam da Wikileaks e que falam de Portugal.
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