O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse hoje ter uma "mensagem muito forte para Portugal", recomendando o país a "aplicar o plano [de austeridade] tão rigorosamente e tão convincentemente" quanto possível.
"Apelamos a todos os Governos europeus, sem excepção", afirmou o banqueiro central no final da reunião do G20, que decorreu nos últimos dois dias em Paris, para "aplicarem o plano [de austeridade] que têm tão rigorosamente e tão convincentemente" quanto possível. "Temos uma mensagem muito forte para Portugal, assim como para os outros", disse Trichet, acrescentando que "cabe aos países serem convincentes" face à desconfiança dos mercados internacionais relativamente à capacidade de alguns países da zona euro cumprirem os seus compromissos financeiros.
Para além do banqueiro central europeu, também o presidente do Fundo Monetário Internacional pressionou os governos europeus, considerando essencial que os países da zona euro reduzam os níveis de dívida pública nos próximos anos, defendendo que a maneira mais fácil de o fazer é aumentar as taxas de crescimento das suas economias. Dominique Strauss-Kahn manifestou-se "confiante" que as decisões da reunião de Março dos chefes de Governo europeus vão convencer os investidores da solidez europeia no combate à crise da dívida soberana que ameaça alguns países. "Os mercados não são tudo, mas são importantes", disse, argumentando que "é preciso fazer alguma coisa que seja vista, e não só pelos mercados, como algo que funciona".
Depois de aprovar planos de resgate para a Grécia e para a Irlanda, os líderes europeus estão a debater uma solução abrangente de apoio financeiro, que mereceu já críticas do Governo português relativamente à demora na sua aprovação. Se uma solução "vier tarde demais, estamos sempre atrás da curva", disse Strauss-Kahn numa entrevista à televisão da agência financeira Bloomberg depois de reunir com as autoridades financeiras do G20. "Falando com os líderes mais importantes da Europa, penso que eles percebem bem a necessidade de ter uma abordagem abrangente" à crise financeira, disse o responsável, mostrando-se "confiante que hão de arranjar alguma coisa bastante abrangente até ao fim de Março".
Apesar do optimismo de Strauss-Kahn, a resistência política à transferência de fundos entre os países pode fazer o plano descarrilar, analisa a Bloomberg, lembrando que a Alemanha tem feito depender o aumento do fundo de resgate de 440 mil milhões de euros da aprovação de um plano que aumente a competitividade dos países em maiores dificuldades, como é o caso da Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha.
Fonte: Lusa / DN.PT
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