Tropas e tanques sírios entraram ontem na cidade de Deraa, epicentro da revolta popular contra o regime de Damasco, e dispararam indiscriminadamente sobre a população, matando pelo menos 25 pessoas num dos mais brutais actos de repressão desde o início da contestação ao regime de Bashir al-Assad.
Com o objectivo claro de esmagar a rebelião em Deraa, que dura há mais de um mês, milhares de soldados apoiados por blindados invadiram ontem as ruas daquela cidade do Sul da Síria. Pela primeira vez desde o início dos protestos, tanques dispararam contra áreas residenciais, com testemunhas na cidade a darem conta de dezenas de corpos espalhados pelas ruas. ‘Snipers’ posicionados nos telhados dos edifícios governamentais contribuíam para a matança indiscriminada de civis desarmados.
Não havia ainda um balanço exacto de vítimas, uma vez que se tornava difícil proceder à sua contagem devido aos contínuos disparos, mas várias fontes falavam em pelo menos 25 mortos e dezenas de civis feridos.
Havia ainda notícia de violentos confrontos em Douma, um bairro residencial da capital, Damasco, onde nos últimos dias se registaram protestos contra o regime, e de pelo menos 13 mortos na noite de domingo para segunda-feira na cidade costeira de Jabla, outro bastião dos revoltosos.
"Isto é uma guerra selvagem que visa aniquilar os democratas sírios", afirmou à Reuters, por telefone, um activista sírio dos direitos humanos.
Fonte: Correio da Manhã
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