Mulher de 64 anos esfaqueada até à morte no pescoço e abdómen.
José Almeida e duas vizinhas já tinham um mau pressentimento assim que decidiram entrar na vivenda Alves, pelas 22h00 de anteontem, em Camarate, Loures. Os estores estavam abertos à noite, o que "nunca acontecia", e a proprietária não atendia os telefones. Armado com um pau, com receio de encontrar um ladrão, José entrou na casa pé ante pé, deparando-se com um cenário macabro. Maria Gurgel, cabeleireira de 64 anos, estava morta, envolta numa poça de sangue. Tinha sido esfaqueada na zona da barriga e degolada cirurgicamente.
O caso está entregue à Secção de Homicídios da Judiciária de Lisboa, que já terá afastado a hipótese de roubo como móbil do crime: de casa da vítima, uma vivenda onde vivia sozinha na rua das Flores, no Bairro da Bogalheira, em Camarate, nada foi levado, apurou ontem o CM.
O alerta foi dado pela vizinha da frente, que estranhou o facto de Maria Gurgel ter os estores da sala completamente abertos àquela hora. E não atendia os dois telefones. Alertou outra moradora, que era mais próxima da cabeleireira e até tinha a sua chave de casa. Assustadas, pediram a José Almeida para as acompanhar.
"Desconfiámos de que estaria a acontecer algo e levei comigo um pau. Fomos até lá e abrimos a porta, empurrei-a com o pau. Dei apenas uns passos até que vi a ‘Mariazinha’ [como era conhecida a vítima] deitada no chão da cozinha, virada para cima. Tinha imenso sangue na barriga e apresentava marcas no pescoço. Saímos logo dali e chamámos a polícia", contou José.
ANTES DO CRIME FOI AO CAFÉ COM A VIZINHA
Na estreita rua das Flores ninguém se apercebeu de pessoas estranhas no dia do homicídio, segunda-feira à noite. Sabe-se, no entanto, que o crime só pode ter ocorrido num período de tempo de quatro horas. "Uma das vizinhas tinha ido tomar café com a ‘Mariazinha’ às 17h00 e, depois de acabarem, foi cada uma para casa", disse ontem ao CM José Almeida. "Nós entrámos na casa pelas 22h00 e depois, segundo nos disseram, o corpo dela já estava frio, pelo que terá morrido algum tempo antes". Perante o cenário, foram chamados os bombeiros e a PSP de Camarate. Dada a natureza do crime, inspectores da PJ estiveram no local a recolher indícios durante a noite e já na manhã de on tem. Só pelas 04h30 da madrugada de ontem o corpo da cabeleireira foi retirado da casa pelas autoridades.
CRIME RESOLVIDO EM 15 DIAS
Na tarde de 21 de Fevereiro, a Polícia Judiciária deparou-se com um cenário quase idêntico ao de Camarate, quando foi chamada a uma casa na zona do Areeiro, Lisboa. Sem motivo aparente, um homem invadira a residência e assassinara com 18 facadas o médico cubano Manuel Noya. A vantagem para os investigadores, nesse caso, foi o facto de haver testemunhas entre os vizinhos. E no espaço de duas semanas foi detido na zona do Intendente Miguel Ângelo, 25 anos, um cadastrado por roubos que tinha saído da cadeia em 2010. Tem ainda dez processos pendentes, todos por crimes de roubo e agressões.
Fonte: Correio da Manhã
Nenhum comentário:
Postar um comentário