quarta-feira, 27 de abril de 2011

Funcionários públicos perdem 342 euros

Na última década, os funcionários públicos tiveram uma quebra no poder de compra de 17,14 pontos percentuais. Quem ganha 1600 euros brutos perde 274 euros. E por cada mil euros a mais que se receba acima deste valor o corte é de 170 euros, resultado dos congelamentos e cortes salariais somados à inflação.

Segundo as contas do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), "deveremos assistir a uma quebra acumulada do poder de compra de 17,14 pontos percentuais para aqueles que tiveram um congelamento salarial nos anos de 2003/2004 e a um corte médio de 5% em 2011".

Para quem receba dois mil euros brutos, como muitos professores, médicos, enfermeiros e magistrados, a perda de poder de compra totaliza 342 euros por cada mês de salário. Num ano são quase menos cinco mil euros de poder de compra em termos acumulados.

Como mostra o gráfico, os funcionários públicos, tal como a maioria dos portugueses, têm vindo a perder poder de compra desde 2000 por causa de aumentos salariais abaixo da inflação, congelamentos e agora cortes salariais. Só em 2011 a estimativa de quebra de poder de compra real é de 8,6 pontos percentuais.

O rendimento disponível das famílias ligadas ao sector público caiu não só pelos cortes salariais como pela taxa de inflação de 3,6%, acréscimo do IVA de 21 para 23%, a electricidade cujo preço cresceu 3,8% e os transportes públicos que dispararam 3,5%.

"NÃO PODEMOS SER OS BOMBOS DA FESTA"

Para Bettencourt Picanço, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, as medidas de cortes salariais "são as mais fáceis mas também afectam a economia, reduzindo o consumo".

O dirigente sindical defende que para se reduzir a despesa do Estado deve-se "combater de forma eficaz a economia informal, recuperar impostos não cobrados e olhar para as parcerias público-privadas". Para Bettencourt Picanço, os funcionários públicos "não podem ser os bombos da festa".

Fonte: Correio da Manhã

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