Vários especialistas apontam o dedo à atuação do Banco de Portugal no caso BPN. Tenham ou não sido negligentes, o certo é que nenhum dos responsáveis pela supervisão foi punido e alguns foram até "promovidos". Vítor Constâncio, o governador em todo o período em que foram cometidas irregularidades no BPN, foi escolhido para número dois do BCE.
O antigo ministro da Economia, Daniel Bessa, chamou à supervisão o "lado mais trágico da história" do BPN, o Parlamento admitiu que o Banco de Portugal (BdP) poderia ter tido uma "ação mais incisiva e mais diligente" e Eugénio Rosa não tem dúvidas de que "em primeiro lugar a culpa é do regulador".
Tenham ou não falhado no papel de controlo do BPN, o que é certo é que ninguém foi punido, tendo alguns responsáveis do BdP sido até "promovidos" após a polémica.
Desde logo, aquele que presidiu ao regulador durante o período em que as irregularidades foram cometidas no BPN é hoje número dois do Banco Central Europeu (BCE). "Depois de ter revelado uma total incapacidade para detetar práticas de gestão danosa dos bancos, o dr. Vítor Constâncio ainda foi promovido e nomeado vice-governador do BCE. Não deixa de ser um mau exemplo para o País", afirma o economista Eugénio Rosa.
Vítor Constâncio, que estava no seu último mandato à frente do BdP, foi para um lugar de destaque na mais importante instituição bancária da comunidade. Além de ser bem remunerado. Durante os sete meses que exerceu o cargo em 2010, Constâncio ganhou 180 mil euros e em 2011 foi mesmo o membro do BCE mais bem pago (318 mil euros), uma vez que Jean-Claude Trichet esteve dez meses na presidência do banco e o seu sucessor, Mario Draghi, apenas dois.
O DN tentou falar com Vítor Constâncio, mas em vão. O ex-governador mandou dizer, por intermédio de uma das assessoras do gabinete de comunicação do Banco Central Europeu, Regina Schuller, que "neste momento" preferia "não falar do assunto".
Fonte: DN.PT
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