O DCIAP e a Inspecção Tributária prenderam ontem os líderes da maior rede de evasão fiscal e de lavagem de dinheiro até hoje apanhada em Portugal. Operava a partir da Suíça, aproveitava o BPN de Cabo Verde e é usada por empresários, advogados e políticos, como Duarte Lima. Os valores em causa são astronómicos.
Uma rede suíça que proporcionava a evasão fiscal e o branqueamento de capitais portugueses, fraude que se calcula atingir mil milhões de euros, foi esta semana desmantelada pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), numa investigação liderada pela Inspecção Tributária de Braga e do Porto.
Trata-se dos três sócios de uma empresa suíça, a Akoya Asset Management. Oficialmente, geriam e faziam aplicações de fortunas de clientes portugueses, mas na verdade agenciavam clientes para bancos da Suíça e actuavam como seus testas-de-ferro, criando empresas offshore nas quais era colocado o capital, em manobras de fuga ao fisco e branqueamento de capitais.
Entre os portugueses que utilizavam os serviços da rede encontram-se empresários, advogados e alguns políticos, como Duarte Lima.
A rede era encabeçada por Michel Canals, ex-director executivo do banco UBS (Union de Banques Suisses), onde geria, nomeadamente, as contas conjuntas do magnata Lúcio Tomé Feteira e da sua companheira, Rosalina Ribeiro, e também de Domingos Duarte Lima, e era integrada por dois portugueses residentes na Suíça, José Pinto e Nicolas Figueiredo, também ex-funcionários daquela casa de crédito suíça. Foram os três detidos ontem, no Porto.
Além destes três indivíduos, foi também preso um intermediário português, que aparentemente vivia da exploração de uma loja de medalhas, de onde lhe vinha a alcunha de ‘Zé Medalhas’. Os arguidos começam hoje a ser ouvidos pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal.
Fonte: Sol
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