terça-feira, 15 de maio de 2012

Crise: Portugal só resiste à saída da Grécia com protecção europeia

Saída da Grécia terá custos muito grandes para Portugal, dizem os economistas contactados pelo Diário Económico.

A saída da Grécia da zona euro será sempre uma solução catastrófica, defendem os economistas portugueses. A indefinição política em Atenas está a aumentar os receios de que a economia helénica abandone a moeda única ainda este ano, sem que os responsáveis alemães se mostrem particularmente preocupados com a hipótese. A concretizar-se a saída da Grécia, o destino de Portugal vai depender da capacidade da Europa em criar uma verdadeira ‘firewall' para proteger o euro e da vontade dos líderes em colocar Portugal ao abrigo dessa barreira de protecção.

Paul Krugman deu ontem o alerta, num ‘post' no seu blogue no NY Times: "Uma saída da Grécia do euro, muito possivelmente no próximo mês", antecipa o Nobel da Economia em 2008. O economista norte-americano é apenas a mais recente voz a alertar para o risco cada vez maior de Atenas deixar a moeda única. O ‘Financial Times' também já alertou para isso. O ‘Der Spiegel', por seu lado, aconselhou mesmo a Grécia a seguir esse caminho. E os responsáveis alemães têm feito declarações nos últimos dias como que a preparar os europeus para tal cenário.

Perante tal hipótese, voltam a surgir as vozes que diferenciam Lisboa de Atenas. Ontem foi a vez do presidente da Fundação Gulbenkian. "Há um contraste enorme [entre os dois países]. Primeiro, pela capacidade real de produção de bens e serviços. Portugal, em relação ao PIB, exporta quase o dobro do que exporta a Grécia. Portanto temos uma economia muito aberta à competição internacional", disse Artur Santos Silva, acrescentando que Portugal tem "uma capacidade de enfrentar os problemas com realismo, com bom senso e procurando vencer situações difíceis".

Fonte: Económico

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