O fundador do PS e antigo Presidente da República Mário Soares defende que o Partido Socialista deve romper com o acordo da 'troika', alegando que a situação evoluiu e que a austeridade não funciona no país.
Em entrevista hoje publicada no jornal i, Mário Soares diz que o caminho certo para o PS e para o socialismo europeu é cortar com o programa da ‘troika’ constituída pelo Banco Central Europeu, o FMI e a Comissão Europeia.
“Acho que é esse o caminho. A austeridade, tal como a definem, não tem sentido”, afirma, considerando que a obrigação já foi assumida há um ano, mas que “chegou ao fim”.
Para Mário Soares, não há razões para o PS se manter fiel ao acordo assinado em 2011 com aquela entidade, porque “tudo evoluiu: o acordo da ‘troika’, a ‘troika’ e o país”.
Admitindo que a obrigação de cumprir o acordo que o PS sentiu durante um tempo fez sentido, já que o pedido de ajuda financeira foi feito pelo então primeiro-ministro e líder do PS, José Sócrates, Mário Soares refere que, hoje, se vive uma situação de pré-ruptura.
Se a ruptura não acontecer devido ao PS, “poderá ser a própria ‘troika’ que vai ao ar”, afirmou o ex-Presidente da República.
“A ‘troika’ está dividida. O Fundo Monetário Internacional tem uma posição, o banco Central Europeu tem outra, a Comissão Europeia tem outra”, afirmou, considerando que esse desacerto de posições e a situação que a Europa atravessa podem levar à implosão da ‘troika’.
“Os dirigentes europeus, quase todos já perceberam que reduzir a União Europeia à austeridade e aos equilíbrios financeiros para favorecer os mercados usurários e sem ter em conta a recessão económica e o desemprego avassalador que está a crescer implica que a Europa vai de mal a pior”, considerou.
Fonte: Lusa
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