domingo, 29 de janeiro de 2012

TODA A VERDADE dos dezanove portugueses impedidos de entrar em Luanda e obrigados a regressar a Portugal


Testemunho de um dos 19 Portugueses:

"Caros leitores, venho por este meio esclarecer algumas informações erradas (de forma propositada) e outras, bastante graves, que não têm sido divulgadas (também propositadamente). Sou um passageiro do "Grupo dos 19", como fomos denominados no Aeroporto de Lisboa pelos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras, nome derivado, obviamente, á quantidade exagerada de pessoas que foram maltratadas verbalmente, psicologicamente, e se considerarmos que é ilegal prender vinte e muitas pessoas à chave dentro de uma pequena sala de espera, podemos dizer que também fomos maltratados fisicamente. Obviamente todo o suposto "corpo diplomata", junto com o Sr. Paulo Portas e com o Cônsul português em Luanda, sabem muito bem que foram 19 as pessoas e não dez, a quem foi negada a entrada, sabe também muito bem que vinte e muitas pessoas que estiveram detidas ilegalmente numa sala, três eram Brasileiros e um Ucraniano, estas foram as primeiras pessoas a serem libertadas junto com outras duas pessoas de nacionalidade Portuguesa a trabalhar para um dos Bancos de Luanda. Digo vinte e muitos, pois ainda existiram mais pessoas que o "corpo diplomata", devido à sua relação com essas pessoas libertou. Estamos todos bem fisicamente, mas vai ser difícil à maioria das pessoas deste voo, mesmo as que tiveram a sorte "aleatória" de entrar, esquecer o que se passou. Ficam aqui alguns factos que são importantes para informação dos leitores:

1º- É mentira que a razão para te sido negada a entrada de todas estas pessoas seja ilegalidade nos vistos, o meu visto passou por diversas verificações e validações pelo consulado Angolano em Portugal. O inicio de validação deste visto foi iniciado em conjunto com outra pessoa, exatamente nas mesmas condições e com carta de chamada pela emitida pela mesma empresa e com visita programada com o mesmo propósito, viemos os dois juntos e nas mesmas condições. Á outra pessoa não foi encontrado qualquer ilegalidade e quanto a mim não foi dado QUALQUER esclarecimento para a razão de me ser negada a entrada. 

2º Em segundo lugar quero relatar o que se passou durante duas horas de autêntico pânico e confusão no aeroporto de Luanda. Sem ter sido dada qualquer explicação, foi-me indicado para me dirigir a uma sala, o tom de voz e a forma de lidar com o assunto só tem comparação com o tratamento dado a um criminoso. Tentei comunicar com a pessoa que me acompanhava que foi obrigada a seguir caminho para a sala onde se esperam as bagagens, e aí percebi que algo bastante errado se estava a passar. Nessa sala encontravam-se 4 pessoas de nacionalidade portuguesa e alguns funcionários dos DEFA que entravam e saiam como se nada se passasse, um dos agentes comia a sua refeição sentado à minha frente, indiferente á situação. Em seguida pediram-me para acompanhar um agente, que também não quis esclarecer o que se passava, até uma sala de espera um pouco maior do que a anterior, mas fechada. Não posso precisar quantas pessoas se encontravam, seguramente mais do que 15, outras foram entrando mas poucas saíram, o ambiente era caótico, só controlado pela agressividade verbal dos funcionários dos serviços de estrangeiros e fronteiras que não tratavam os passageiros pelo seu nome mas sim por pormenores relacionados á sua bagagem ou no caso dos Cidadãos de nacionalidade Ucraniana e Brasileira, pela denominação "Os Brasileiros" ou "O Ucraniano". Foram várias as atitudes que denunciavam a falta de formação dos funcionários para a responsabilidade que lhes foi imputada, por diversas vezes, funcionários dos DEFA abriam a porta e teciam comentários, como por exemplo "Aqui é que o Diabo dá a volta". O inacreditável aconteceu quando um funcionário, sem qualquer explicação, fecha a porta da sala cheia de passageiros, as reações dividiam-se pela estupefacção, pelo pânico e pela indiferença de quem já tinha visto tal a acontecer ou que sabia que a sua situação não sofria qualquer risco porque "alguém com poder " iria, mais uma vez, resolver a situação. A partir daí aconteceu tudo o que nunca seria possível passar pela cabeça de um passageiro que demorou semanas com a preocupação de validar todos os documentos exigidos pelo consulado Angolano, que gastou por volta de 2000 euros (incluindo bilhetes, prova de compra de 6000 dólares, vistos, exames médicos, etc, etc...). A chave com a qual nos tinham prendido ilegalmente na sala andou perdida, diversas pessoas (que eu imagino serem dos DEFA) tentaram abrir a porta do lado de fora mas a porta encontrava-se fechada. Não consigo determinar quanto tempo esta porta esteve fechada pois perdi total noção do tempo, mas foi "BASTANTE". 

Quando mais tarde alguém encontrou a chave, abriram a porta e indicaram a diversas pessoas para irem procurar a sua bagagem para voltar imediatamente a Portugal. No corredor entre os serviços de emigração e estrangeiros e a sala de recolha de bagagens, gerava-se uma confusão só comparada com um filme de guerra com famílias que tinham sido separadas a tentar que lhes fossem dadas explicações, diversas mulheres choravam incrédulas com o que lhes acontecia e recebiam como resposta: "Isto é o que vocês fazem", "vocês têm de aprender", ou "é o que merecem", em determinada altura alguém os enfrentou enquanto era separado de um familiar a chorar, dizendo que a guerra deles não era com ele mas sim com quem entra pela porta do protocolo e esses sim têm muito pouco interesse em visitar ou realmente trabalhar humildemente em Angola. É incrível como algo dito com tão poucas palavras definiu o que eu vi a passar á minha volta, durante estes dias. É mais que óbvio que esta ação movida pelos agentes dos DEFA não aconteceu com o risco deles serem despedidos ou acusados de estar a impedir 19 pessoas sem dar explicações, ou de prenderem essas pessoas ilegalmente. Alguém abusou do poder o suficiente para que nem o cônsul português os conseguisse demover de tamanha atrocidade aos direitos humanos. O que se falava nos corredores é que uma figura conhecida, de dupla nacionalidade mas a viver em Angola, foi impedida de entrar em Portugal e pelas constantes observações dos agentes acerca de serem devidas as retaliações parece-me que o cenário mais óbvio é que estes agentes eram meros peões num jogo de vingança. Como tenho a certeza que a minha situação estava legal e porque tenho muitas dúvidas que as 18 pessoas que me acompanharam de volta não o estariam, estou convicto que mais uma vez cidadãos inocentes foram vítimas de jogos de poder de gente doentia. Por volta de três horas depois voltei para um avião da TAP, onde fomos tratados com a indiferença de quem tinha cometido um crime, esperamos cerca de uma hora no avião para que este levantasse voo. 

Das últimas pessoas que entravam ouvíamos notícias de confrontos físicos, não sou testemunha destes acontecimentos, mas sei que existe a vontade de pelo menos 5 passageiros de entrar com um processo para que seja apurado o que aconteceu e sei que uma das pessoas gravou em vídeo, através do seu telefone o momento em que a porta foi aberta á chave, eu tenho em minha posse gravação de áudio de alguns comentários bastante desagradáveis e das respostas sem qualquer nexo á razão porque foi negada a minha entrada.

3º Escrevo esta mensagem no dia 28 de Janeiro, com o receio que me voltem a negar a entrada sem qualquer razão, por esta razão muitos de nós não demos entrevistas filmadas à saída do aeroporto, mas sei que muitas deram o testemunho da situação inacreditável que aconteceu, fui abordado por duas vezes por repórteres. Durante todo o dia de ontem, tentei encontrar nos canais de televisão os motivos de me negarem a entrada no país. É mais que óbvio que "forças" estranhas ao que aconteceu fazem um "jogo" de bastidores para que a verdade não seja contada. Compreendo que algumas pessoas acreditem que a verdade podia comprometer muita coisa, mas a verdade não pode comprometer mas sim resolver. Esperamos ser chamados para que a situação seja devidamente esclarecida e para que as pessoas que foram presas e "enviadas" de volta para Portugal indevidamente, sejam devidamente indemnizadas e que lhes seja feito o DEVIDO PEDIDO DESCULPAS, que ao contrário do que é publicado nunca foi pedido pois nenhum de nós foi informado. 

É do maior dos nossos interesses que a situação se resolva devidamente, para que não se detiorem mais ainda as relações entre os dois países na circulação dos cidadãos entre ambos os países, que ao contrário do que os políticos dizem na televisão, são caóticas. Este facto foi demonstrado ao Grupo dos 19 tanto pelos serviços de estrangeiros e fronteiras de Angola, como pela explicação dada pelos mesmos serviços em Portugal. Não acredito que estes jogos de vingança pessoal e de ocultação da verdade estejam a resolver a situação mas a nós só nos cabe pedir as devidas indemnizações e devidos pedidos de desculpas. Se isto não acontecer todas as provas serão publicadas em conjunto com este esclarecimento. Prometo às pessoas lesadas que eu, e outras pessoas que acreditam em democracias reais e que sabem que esta situação foi gerada por gente que fica na sombra e que faz das nossas democracias uma ditadura mascarada, não descansaremos enquanto a informação não chegar a todos, seja por blogues, por redes de informação fidedigna e/ou por redes sociais de forma viral. Da minha parte prometo-vos não descansar enquanto não existir um pedido de desculpas ou enquanto a verdade não for devidamente publicada.

Grupo dos 19
POR FAVOR É IMPORTANTE QUE FAÇAM ESTA INFORMAÇÃO CHEGAR A TODOS, POIS O JOGO DE BASTIDORES QUE ESTÁ A SER FEITO PARA QUE A VERDADE NÃO SEJA CONTADA É GRANDE!!!"

Fonte e Imagem: Paulo Castelo

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