O crescimento económico deverá acelerar até 2013 na África subsaariana e nos países africanos lusófonos, sobretudo Angola e Moçambique, mas é vulnerável à crise na zona euro, segundo o Banco Mundial.
O relatório Perspectivas Económicas Globais 2012, intitulado "Incertezas e Vulnerabilidades", hoje divulgado pelo Banco Mundial, reviu em baixa as suas previsões, apontando para um crescimento económico global de 2,5% este ano e 3,1% no próximo.
Os economistas do Banco Mundial antecipam ainda um crescimento de 5,4% nos países em desenvolvimento, abaixo dos 6,2% previstos em Junho, mas a África Subsaariana será uma excepção, com o crescimento a escalar de 4,9% em 2011 para 5,3 este ano.
A impulsionar este dinamismo estão "maiores influxos de investimento, maiores gastos dos consumidores e o surgimento de novas exportações de minérios em vários países", refere o relatório.
Angola deverá crescer 8,1% este ano e 8,5% no próximo, acelerando em relação aos 7% do ano passado, enquanto Moçambique acelerará de 7,4% para 7,6% este ano e 8,5% no próximo.
Para Cabo Verde, a aceleração prevista pelo Banco Mundial é de 5,8% em 2011 para 6,4% este ano e 6,6% no próximo, enquanto a Guiné-Bissau deverá atingir um crescimento de 5% em 2013 e 4,7% em 2012.
"No entanto", refere o relatório, "as exportações de mercadorias, receitas do turismo, preços dos produtos básicos, investimento estrangeiro directo e remessas [na África Subsaariana] são todos susceptíveis a uma recessão na Área do Euro".
A União Europeia, refere o Banco Mundial, absorve 37% das exportações não-petrolíferas africanas e nas economias dependentes de turismo, como Cabo Verde, as chegadas de turistas europeus constituem o grosso deste total.
Em Cabo Verde, sublinha o relatório do Banco Mundial, 92% das exportações de mercadorias destinam-se ao Sul da Europa (Portugal, Espanha, Itália, Grécia) e Irlanda, tornando neste aspecto a economia cabo-verdiana a mais vulnerável na região a uma quebra económica a norte.
"Contudo, para a economia de Cabo Verde, orientada para serviços, os proveitos económicos dos fluxos turísticos serão mais importantes do que as exportações de mercadorias", sublinha.
Para contrariar o efeito da quebra da actividade económica na Europa, o Banco Mundial recomenda aos países africanos maior diversificação de exportações e de parceiros comerciais.
Outra ameaça ao crescimento africano, sobretudo em economias como a de Angola, altamente dependente do petróleo, é uma quebra do preço das mercadorias, que se traduzia em menores receitas e investimento.
Em Angola, refere o relatório, uma redução de 10% nos preços petrolíferos causaria uma quebra de 2,7% do PIB.
Fonte: Jornal de Notícias
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