sexta-feira, 13 de abril de 2012

Novo diagnóstico de tuberculose dá prémio a portugueses

O investigador Pedro Viana Baptista
Novo método de nanodiagnóstico é mais simples e mais barato do que os actualmente existentes.

O desenvolvimento de um novo método de nanodiagnóstico molecular da tuberculose dez vezes mais barato do que os atualmente existentes, e também muito mais rápido, valeu aos investigadores Pedro Viana Baptista e Miguel Viveiros da Universidade Nova de Lisboa o Prémio de Mérito Científico Santander Totta-Universidade NOVA. O prémio é entregue amanhã numa cerimónia, às 11 horas, na reitoria daquela universidade.

Além "da satisfação pelo reconhecimento do trabalho", a verba de 25 mil euros do prémio é "bem vinda, porque vai toda para a fase que segue: a transposição do trabalho de laboratório para um kit destinado ao terreno, que esperamos ter concluído até final do ano", afirmou ao DN Pedro Viana Baptista.

A ideia de desenvolver um novo método de diagnóstico muito simples, passível de ser utilizado em condições mínimas, "num centro de enfermagem de um país em desenvolvimento, por exemplo, onde seja necessário apenas haver uma fonte de calor, como uma forno solar, com leitura muito fácil e, ao mesmo tempo barato", explica Pedro Viana Baptista, surgiu em 2006.

Este investigador, que lidera um grupo no Laboratório de Nanoteragnóstico na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, iniciou ali o seu trabalho em nanotecnologia para diagnóstico em 2004 e identificou o cancro, que era aliás sua especialidade, a tuberculose e a malária como as três grandes áreas em que era possível desenvolver novas formas de diagnóstico nesta linha.

"Conheci o Miguel Viveiros, que dirige no Instituto de Higiene e Medicina Tropical a Unidade de Micobactérias, através de um colega e percebemos que podíamos fazer qualquer coisa nova na área do diagnóstico da tuberculose", conta Pedro Viana Baptista.

Um projeto, iniciado em 2007, trouxe as duas equipas até ao ponto em que estão: têm um kit de laboratório validado, capaz de identificar molecularmente sequências genéticas específicas do principal agente da tuberculose humana, o Mycobacterium tuberculosis (responsável por 90% dos casos de tuberculose no mundo) e de verificar ao mesmo tempo se ele é resistente aos antibióticos de primeira linha. Isto em apenas uma hora, enquanto os métodos actualmente existentes levam três dias.

Falta só passar para a validação do método no terreno e o prémio vai servir para isso. "O que vamos fazer a seguir é comprar os reagentes de que precisamos", conclui Pedro Viana Baptista.

Fonte: DN.PT

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