Uma nova contabilização das vítimas em acidentes rodoviários constatou um aumento de 199 mortos em relação ao que estava na estatística oficial.
A contagem que a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) começou a utilizar em 2010 passou a registar as pessoas que morrem nos 30 dias a seguir ao acidente e não apenas, como até aí, as que morrem no local do desastre.
Segundo dados oficiais ontem divulgados pelo presidente da ANSR, Paulo Marques, numa audiência no Grupo de Trabalho de Segurança Rodoviária da Assembleia da República, esta correção fez subir em quase 40% os mortos em despistes, em colisões e em atropelamentos.
Este responsável destacou os casos das mortes por atropelamento, que a nova contagem fez disparar as vítimas para mais 81%: "estas mortes estavam escondidas", reconheceu perante os deputados. Paulo Marques sublinhou que esta constatação fez com que a ANSR "passasse a dar uma importância muito maior" à mortalidade nestas circunstâncias, sublinhando que "o maior número de pessoas atropeladas que morre nos 30 dias a seguir ao acidente têm mais de 65 anos".
Na sua audiência, em que apresentou várias informações sobre a atividade da ANSR, incluindo números sobre a eficácia do processo contraordenacional (ver texto ao lado), o presidente desta entidade salientou ainda que 58% das vítimas mortais em acidentes rodoviários acontecem "dentro das localidades", quando a média da União Europeia (UE) das mortes em meio urbano está nos 35%. "Em toda a UE dos 27 só a Roménia é que tem uma média pior que a nossa", afiançou.
Questionado pelos deputados sobre soluções para este problema, Paulo Marques lembrou que no âmbito da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária (ENSR), que está em vigor, foi promovido e publicado um Guião para as autarquias elaborarem planos municipais de segurança Rodoviária. Contudo, revelou, apenas a câmara de Mafra (com a qual foi protocolado um projeto-piloto) e todas as câmaras do distrito do Porto fizeram os seus planos municipais, que apresentaram à ANSR.
"As autarquias têm de intervir de forma muito forte", afirmou o responsável, acrescentando esperar que "nos próximos anos todas as autarquias abracem estes planos municipais".
Fonte: DN.PT
Fonte: DN.PT
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