O papa Bento XVI afirmou hoje na homília da vigília pascal que o Homem não é um produto casual da evolução, e que, se assim fosse, a sua existência "não teria sentido" e seria mesmo um "incómodo da natureza".
Na noite em que se dá a celebração mais importante do calendário litúrgico cristão, por ser a primeira celebração da ressurreição de Cristo, Bento XVI, que presidiu à vigília pascal na basílica de São Pedro, no Vaticano, referiu-se à criação do Homem declarando que é errado pensar-se que nalgum momento "num pequeno espaço no cosmos desenvolveram-se casualmente espécies de seres vivos", em particular o Homem.
"Se o Homem fosse somente um produto casual da evolução num determinada margem do universo, então a sua vida não faria sentido ou seria até um incómodo da natureza. A razão [para a criação do Homem] está no começo: é uma razão divina", afirmou o papa.
Bento XVI realçou ainda que Deus é o criador, o que pode "garantir vida eterna" e assegurou também que "no começo de todas as coisas está o amor e a liberdade".
A Igreja, acrescentou, não é uma associação que se ocupe das "necessidades religiosas dos homens, antes uma maneira de conduzir o Homem ao encontro com Deus".
Esta foi a segunda intervenção em dois dias do papa, depois de na noite de sexta-feira ter apelado a Jesus Cristo para que faça morrer "o Homem velho ligado ao egoísmo, ao mal e ao pecado".
Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), a voz de Bento XVI estava algo rouca e o papa, de 84 anos, tossiu várias vezes durante a intervenção perante os fiéis.
A cerimónia arrancou no átrio da basílica, com Bento XVI a acender uma vela como símbolo da ressurreição, e depois deu-se a procissão rumo ao altar, por entre uma total escuridão e um silêncio no templo, que aos poucos foi iluminado pelas velas das milhares de pessoas que enchem a basílica.
No domingo, o papa celebra a missa de Páscoa na Praça de São Pedro e dá a sua saudação tradicional da Páscoa em dezenas de línguas, naquela que será a última grande celebração antes da beatificação da próxima semana de João Paulo II.
@Lusa
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