O casamento do príncipe William e Kate Middleton a 29 de Abril está a ser usado como publicidade ao príncipe William mas é improvável que ultrapasse o pai no acesso ao trono.
Apesar de não ser um casamento de Estado, como foi o do príncipe Carlos e Diana, os preparativos estão a ser organizados ao pormenor, incluindo um percurso em carruagem real puxada a cavalos da igreja até ao palácio de Buckingham. Foi também declarado um feriado nacional e convidados cerca de 50 chefes de Estado estrangeiros, diplomatas e membros do governo. "Este casamento está a ser usado como forma deliberada de campanha de relações públicas pelo palácio de Buckingham para gerar simpatia popular pelo príncipe William como futuro monarca", afirma o historiador Richard Drayton, do King's College de Londres. William ganhou maior protagonismo nos últimos meses ao representar a rainha em várias ocasiões públicas, nomeadamente numa visita à Nova Zelândia e Austrália em Março.
Se dependesse dos britânicos, o filho de Diana seria o próximo rei, de acordo com a maioria das sondagens dos últimos anos, mas este cenário é considerado improvável por vários analistas. O salto geracional está "absolutamente fora de questão", afirma a escritora de livros sobre a família Real, Penny Junor, embora aceite que a rainha esteja a "preparar" o neto e a "facilitar" a acostumar-se às funções. Também Richard Drayton está convencido de que, tendo esperado tanto tempo, o príncipe de Gales, atualmente com 62 anos, queira ser chefe de Estado. "Seria necessário que o governo aprovasse uma lei e provavelmente implicaria o consentimento do próprio príncipe Carlos para ele próprio se remover da linha de sucessão", explicou o historiador.
Nas últimas semanas, uma sondagem mostrou que o casamento de William com Kate Middleton pode aumentar a popularidade da monarquia e até do pai. Publicada pela revista Prospect em Março, a sondagem indicava que 45 por cento dos inquiridos preferem o príncipe Carlos, durante anos pouco amado devido aos problemas com a princesa Diana e a relação ilícita com Camilla, atual mulher, contra 37 por cento a favor de William. Penny Junor considera "cínico" dizer que o casamento só é publicidade, mas reconhece que uma grande cerimónia beneficia a família real porque atrai as atenções de todo o mundo. A aparente euforia em torno do acontecimento de 29 de Abril não chega, porém, para travar o "crescente sentimento de indiferença sobre monarquia ou a falta de identificação com a coroa" das últimas décadas. O republicanismo no Reino Unido é hoje pequeno mas, prognostica o historiador Richard Drayton, poderá ser inflamado se Austrália e Canadá deixarem de reconhecer a rainha como chefe de Estado.
Fonte: DN.PT
Fonte: DN.PT
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