quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Povo indígena "Guarani-Kaiowá" de Mato Grosso do Sul, decide cometer suicídio colectivo

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O povo indígena Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul tem sido sempre reprimido mas hoje enfrenta uma verdadeira ameaça de morte. Primeiro, as comunidades indígenas foram alvo de ações violentas dos fazendeiros. Agora podem ser expulsas da margem do rio Dourado-MS pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.

O povo indígena já não acredita mais na Justiça brasileira. E diante da decisão, a comunidade lançou uma carta afirmando a intenção de cometer suicídio coletivo e fez o pedido para que todos sejam enterrados no território pleiteado.

Em outubro de 2012, as comunidades Guarani-Kaiowá receberam a notícia da ordem de despejo, emitida pela Justiça Federal do Tribunal Regional da 3ª Região (TRF-3) São Paulo-SP. Essa notícia significa que a comunidade indígena será expulsa e exterminada da margem do rio pela própria Justiça Federal.

Os indígenas chamaram-na de “notícia de genocídio, violência e constrangedora, gerando profunda tristeza, perplexidade, medo nas vidas de todos nós”.

Cabe salientar que os indígenas, que estão na base do povo brasileiro, se sentem reprimidos no Brasil moderno.

Os fazendeiros já demostraram muitas vezes sua crueldade a respeito dos povos indígenas. Na Internet tem um vídeo popular conhecido como “a luta guarani”, que conta a história da violência por parte dos fazendeiros. Por exemplo, em novembro de 2011, cerca de 40 pistoleiros invadiram um acampamento indígena no município de Aral Moreira, Mato Grosso do Sul, para assassinar o cacique Nício Gomes.

“Nício havia organizado um grupo que reocupou um território sagrado, montando um acampamento dentro de uma área cercada por lavouras de soja, reivindicada por fazendeiros”. Os assassinos ameaçaram e continuaram assassinar os inocentes indígenas. Em agosto do ano 2012, os pistoleiros voltaram.

Uma vez, os pistoleiros destruíram uma barraca e ameaçaram, gritando: “Fiquem sabendo que vocês, índios, vão morrer todos, vão morrer!”.

O povo inocente pediu para o governo ajudar. No entanto, em vez da ajuda, o governo exigiu que o povo indígena saísse dos territórios que lhe que pertencem.

Para o povo que vive de forma saudável e feliz em seus territórios, é muito difícil deixar a sua terra. Também não têm mais força para resistir à crueldade dos fazendeiros e do governo.

Eles já perderam a esperança de sobreviver dignamente e sem violência. Os índios Guarani-kaiowá do município de Iguatemi dirigiram um apelo escrito a toda a população. Nele, as comunidades indígenas escrevem que decidiram morrer coletivamente, e pedem para serem sepultados em sua terra natal, onde foram enterrados os seus bisavôs e bisavós.

"Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como povo nativo e indígena histórico, decidimos simplesmente ser mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção, esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS. Esse é o comunicado da comunidade indígena para o Governo e Justiça Federal."

A reação do público brasileiro nas redes sociais mostrou que no Brasil ainda restam pessoas que apreciam as raízes.

“Quando Cabral e sua trupe descobriram as terras tupiniquins, encontraram a única essência brasiliense pura e intocada. Ludibriaram, invadiram, dominaram um território virgem, rico por si só pela harmonia de sua natureza. Imagino eu aqui há anos deste fato quanto entusiasmo fez com que seus olhos saltassem, mas no decorrer desta história não souberam admira-lo nem mesmo respeitá-lo. Seus interesses se encontravam dentro dos enormes baús enfileirados com moedas de ouro, a troca, o "negócio do Reino", o descobrimento era o ganho comercial por esta conquista. Os únicos, verdadeiros representantes pátrios eram tratados como selvagens, aqueles que precisavam ser domesticados, nossos índios que até então protegeram e respeitaram esta terra... A partir daí estes brasileiros puros e inocentes se tornaram escravos, a força da fé jesuíta acabou por descaracterizar sua cultura, cobriu seus corpos isentos do significado do pudor...Neste instante, estou mais uma vez desolada, com a possível tragédia que se delineia a esta escassa população nativa...Será que a evolução da história em nada acrescentou aos direitos humanos?” - Assim escreveu Jocelyne Rodrigues no blog da organização Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

“Que noticia mais triste, espero que a Justiça mude seu posicionamento e dê um pouco de dignidade ao povo indígena. Pois esse território é direito deles”, - diz Melissa Vanini no blog da APIB.

“Que coisa mais absurda! O Brasil, ao invés de preservar e prestigiar suas origens, quer dizimá-las. Estou chocada com esta notícia, este é o meu país. Que vergonha!" - comenta Rosi Mary no blog da APIB.

No site avaaz.org/ foi publicada uma carta aberta à presidente do Brasil, Dilma Rousseff, pedindo-lhe que defenda o povo indígena. A carta já foi assinada por 38.953 pessoas. O seu número vai crescendo a cada minuto que passa. Todos os que não são indiferentes podem tomar parte da salvação do Guarani-Kaiowá!

Fonte: Voz da Rússia

Um comentário:

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