Um grupo de neurocientistas japoneses criou um método que transforma a massa cinzenta do cérebro, normalmente opaca, numa substância vítrea e transparente. O objectivo é ver o cérebro por dentro.
A solução usada pelos pesquisadores do Centro Riken de Ciência do Cérebro, financiado pelo governo japonês, que coloca o cérebro morto transparente é uma mistura química barata. Os ingredientes da solução são a ureia, encontrada na urina e em fertilizantes, o glicerol e detergente.
Para os cientistas, mergulhar o cérebro nesta solução facilita a visualização da estrutura e pode constituir um passo na ajuda da elucidação da base física de traços da personalidade, de memórias e até mesmo da consciência.
"Estou muito empolgado com o potencial disso", declarou Atsushi Miyawaki, membro da equipa de pesquisa que descreveu o método na revista científica "Nature Neuroscience".
Embora já esteja patenteado, o conteúdo da mistura, incluindo o "modo de fazer", foi divulgado gratuitamente na revista especializada.
Por enquanto, os cientistas ainda só estão a começar a montar o que chamam de "conectoma", um mapa de conexões cerebrais, no cérebro de camundongos, uma espécie de rato.
Até aos dias de hoje, obter imagens detalhadas da estrutura interna do tecido cerebral é caro e complicado. É preciso cortar o cérebro em fatias muitos finas, processo que a nova tecnologia japonesa promete simplificar.
Fonte: Jornal de Notícias
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