domingo, 23 de outubro de 2011

Automóvel: Derrapagem na venda de carros ameaça milhares de empregos

ACAP alerta para o risco de encerramento de empresas.

O investimento dos grupos portugueses em Angola intensificou-se nos últimos anos. Uma estratégia justificada, em parte, pela contracção do mercado português: as vendas de carros têm caído mês após mês e as marcas de automóveis preparam-se para fechar um dos piores anos de sempre.

O cenário é tão adverso que poderá mesmo levar ao encerramento de muitas empresas (sobretudo concessionários) e ao desemprego de milhares de pessoas. "Nas empresas concessionárias de automóveis a quebra é ainda superior, porque se trata, fundamentalmente, de vendas a retalho", realça o secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Hélder Pedro. O responsável alerta ainda que "esta situação poderá colocar em risco largas dezenas de milhares de postos de trabalho do sector, assim como a sobrevivência das próprias empresas".

Para já, o balanço que a ACAP faz deste ano feito é "extremamente negativo", pois a queda de mercado total tem vindo a acentuar-se de mês para mês, sendo de 23,4% no período acumulado de Janeiro a Setembro", explica Hélder Pedro. Só em Setembro, comparando com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de menos 34,3%, tendo sido apenas vendidas 11.838 unidades.

Nenhum construtor automóvel conseguiu vender mais de mil viaturas ligeiras de passageiros em Setembro, sendo que as vendas neste segmento caíram 33,8%, para 9.220 unidades. Entre Janeiro e Setembro de deste ano, as vendas de ligeiros de passageiros recuaram 23,5%, para 123.540 viaturas. No ano passado, no mesmo período, foram vendidos 161 mil veículos, revela a ACAP. No ‘top 20' das marcas mais vendidas em Portugal, todas registaram um recuo em Setembro, face ao mesmo mês em 2010. Também os ligeiros comerciais caíram 35,1% e os pesados 48,9%.

Por marcas, a Renault - que é líder de mercado há 13 anos - tem vindo a perder terreno para a rival alemã Volkswagen (VW). Entre Janeiro e Setembro, apenas 1.122 unidades ficaram a separar as vendas destas duas marcas no segmento de ligeiros de passageiros. Já no mercado de ligeiros (passageiros e comerciais ligeiros), essa diferença foi de 3.673 veículos, de acordo com os dados divulgados no início de Outubro da ACAP. Mesmo assim, "a Renault pretende manter o estatuto de marca mais vendida em Portugal", reforça Ricardo Oliveira, director de comunicação da empresa em Portugal.

A marca francesa tem hoje uma quota de mercado nos veículos ligeiros de 11,8%, com um total de 17.435 carros vendidos. Porém, a marca francesa perdeu 47,8% (689 unidades) nas vendas de ligeiros no mês passado, face a Setembro de 2010. Foi a maior descida entre as quatro marcas mais vendidas em Portugal.

Fonte: Económico

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