Durante a madrugada, Portugal foi alvo de um golpe de estado... no Twitter. A brincadeira começou em Espanha, propagou-se para os Trending Topics e pode acabar nos tribunais.
Portugal esteve no centro das atenções dos utilizadores do Twitter esta madrugada. Tudo parece ter começado por brincadeira, mas poderá chegar aos tribunais. Em causa estão diversos "twits" enviados por utilizadores na rede social, onde se divulgava um suposto golpe de estado que estaria a decorrer no país, utilizando imagens de alegados twits enviados pelo El País e pela Associated Press.
Twits a descrever "banhos de sangue" e a queda de bombas preocuparam os internautas e colocaram Portugal no "mapa" do Twitterverse, com a hashtag #PrayforPortugal a entrar rapidamente para os Trending Topics (assuntos mais falados no Twitter). Também algumas imagens de confrontos policiais foram partilhadas com a indicação de que teriam sido tiradas na fronteira entre Portugal e Espanha e na embaixada espanhola.
A brincadeira foi depressa acompanhada pelos portugueses presentes na rede social no momento, que não percebiam o porquê da hashtag #prayforPortugal. Os comentários jocosos e (mal se soube que era mentira) o sarcasmo não se fizeram esperar.
Para dar credibilidade ao rumor, foram utilizados alegados "print screens" para provar que o jornal El País e a agência Associated Press tinham dado a notícia e, seguidamente, apagado os twits. As imagens correram o Twitter e levaram o provedor do leitor do jornal espanhol visado a explicar o que aconteceu na rede social e a garantir que o caso já seguiu para o departamento jurídico.
"Os internautas do Twitter e este diário foram vítimas, esta noite, de uma mentira sobre um suposto conflito armado em Portugal, fabricado pelos utilizadores da mesma rede", revela, numa nota publicada online. O "embuste", diz o provedor, foi causado pelos utilizadores @MikelNhao e @FaculDiazT, que reproduziram uma "falsa imagem de um twit aparentemente publicado" pela AP e onde se assegurava que "os correspondentes da Associated Press em Portugal" estavam a presenciar o início de uma guerra civil. "As informações são confusas", ditava o alegado twit, que foi seguido de outro, também aparentemente forjado, de um twit do próprio El País. Foi esse twit (que gerou a confusão e fez com que muitos utilizadores acreditassem que o rumor era verdade) que levou o jornal a decidir agir judicialmente.
Este é "mais um exemplo de como internautas sem escrúpulos podem disseminar com uma facilidade surpreendente um engano, falsificar cabeçalhos informativos e propagar uma mentira que cria alarme", pode ler-se na nota.
Esta não é, de resto, a primeira vez que o Twitter é utilizado para alimentar rumores. Diversas personalidadesjá foram dadas como mortas inúmeras vezes na rede social, que cada vez mais serve de veículo de transmissão de notícias (verdadeiras ou falsas) de última hora.
Fonte: Jornal de Notícias
Fonte: Jornal de Notícias
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