O Facebook mantém gravadas todas as informações sobre os seus usuários, mesmo aquilo que foi apagado pessoalmente por eles no site ou protegido de visitas externas.
Max Schrems, estudante da Faculdade de Direito da Universidade de Viena, encaminhou uma série de pedidos ao Facebook, formulados corretamente, solicitando que lhe enviassem informações sobre si, tendo recebeu por correio os dados disponíveis sobre a sua vida nos últimos três anos em 1200 páginas em forma de ficheiro num disco. Quem mais poderá ter acesso a estes dados?
As informações foram divididas em 57 categorias, incluindo os pontos de vista religiosos e políticos, todas as informações recebidas ou enviados pelo usuário, ou seja absolutamente tudo, mesmo aquilo que fora eliminado ou estava inacessível para o próprio utilizador. À primeira vista, é cómodo para encontrar uma fotografia ou um número de telefone perdidos. Mas este conhecimento universal tem o seu reverso. Primeiro, porque existem coisas que se quer esquecer, inclusive porque eram simplesmente erradas. Segundo, porque semelhantes informações podem ser concedidas a pedido das estruturas judiciárias e, quem sabe, talvez alguém consiga mesmo convencer os administradores da rede, legal ou ilegalmente, a partilhar certos dados pessoais….
Pelos vistos, os últimos motivos estimularam o estudante a lançar o seu próprio site Europa x Facebook, em que se publicam informações de como obter acesso ao seu dossier na rede social. Contudo, o jovem ainda não tem planos de ações futuras de como lutar pela imunidade pessoal.
Ao mesmo tempo, o Facebook é sujeito a críticas acesas por sua política, à primeira vista, diametralmente oposta. Serguei Brin, um dos fundadores do gigante informático Google, ficou indignado com o facto de a rede social, tal como muitos aplicativos da Apple, ter limitado excessivamente as possibilidades dos usuários: “É possível perder muita coisa, por exemplo, todas as informações em aplicativos, que hoje são inacessíveis para os que as procuram através dos sistemas de pesquisa”. Naturalmente, os motivos das críticas são bastante transparentes, tal diminui a eficiência da obra do próprio Brin.
Andrei Massalovitch, dirigente do setor de reconhecimento (espionagem) de concorrência da companhia Dialog-Nauka, destacou:
"O Facebook recolhe enorme quantidade de dados pessoais, para formar camadas de preferências de usuários e influir neles. O Google critica o Facebook e a Apple por terem sido, alegadamente, demasiado fechados mas, na realidade, por terem recolhido dados sobre os utilizadores sem partilhá-los com o Google. Ao mesmo tempo, criticam em conjunto o Irã e a Arábia Saudita que tentam bloquear a Internet, imitando o modelo chinês de controlo da informação dentro do país. Na realidade, o problema não consiste na abertura, as autoridades do Irã e da Arábia Saudita têm medo de influência externa e tentam proteger-se contra ela".
O Big Brother, na pessoa do Estado, não se importa muito com as brigas dentro das empresas, agindo só em seus próprios interesses, às vezes, porém, prejudicando os cidadãos. Assim, nos Estados Unidos, foi publicado por engano um dossier de um usuário do Facebook, elaborado a pedido da Polícia. O documento contém 71 página em que se referem todas as ações do usuário da rede social, assim como as suas fotografias gravadas por seus amigos. Naturalmente, tudo foi explicado por uma falha do sistema de proteção de dados pessoais, mas aqueles que consideram que cada pessoa pode ter os seus segredos devem desenvolver a sua memória, sem depositar grandes esperanças nas altas tecnologias.
Fonte: Voz da Rússia
Nenhum comentário:
Postar um comentário