Bolsa espanhola registou a pior sessão desde Novembro e contagiou os mercados europeus. Por Lisboa, o BES afundou mais de 5%.
Espanha mantém-se o principal factor a ditar o rumo das bolsas e pelos piores motivos. Hoje ficou-se a saber que o crédito malparado subiu para máximos de 1994 no país liderado por Mariano Rajoy. Os receios quanto à saúde da economia espanhola motivaram quedas de mais de 1,5% nos índices accionistas europeus, com o espanhol IBEX 35 de Madrid a perder 3,97%, o pior desempenho desde 1 de Novembro último.
"A crise de dívida ainda está longe de acabar e creio que a situação de Espanha vai piorar antes de melhorar", afirmou Henrik Drusebjerg, espacialista do Nordea Bank Ab, em Copenhaga, à Bloomberg. "Os líderes europeus têm de resolver os principais problemas para tirar a Europa desta crise", acrescentou.
A marcar as negociações também estiveram as expectativas em torno do leilão de dívida espanhola agendado para amanhã de manhã. O Tesouro de Espanha vai tentar colocar dívida a 2 e a 10 anos naquela que é considerada mais uma prova de fogo para se aferir o sentimento do mercado quanto à sustentabilidade das contas públicas espanholas e a necessidade de um resgate internacional.
"O mercado também desceu motivado por este leilão de dívida a 2 e 10 anos de Espanha agendado para amanhã. Há aqui uma realidade que se vai repetindo. O malparado na economia espanhola está no valor mais alto desde 1994. Havia também hoje um rumor que uma das grandes construtoras estaria susceptível de vender uma posição na Iberdrola quase a preço de saldo. Fico com a sensação de que é apenas mais um passo no desenvolvimento desta crise", afirmou Filipe Garcia, da IMF, em declarações ao Etv.
Por Madrid, as acções da Repsol afundaram mais de 6%, pelo segundo dia, depois de o governo da Argentina ter anunciado que vai nacionalizar a YPF, onde a petrolífera espanhola detém 57%.
Em Lisboa, o PSI 20, principal índice português, também foi afectado pelos receios quanto à vizinha Espanha e encerrou a sessão a descer 0,94% até aos 5.188,44 pontos, com 16 cotadas com sinal negativo.
Destaque para a queda de 5,16% do BES até aos 0,588 euros, na véspera de começarem a negociar os direitos do banco que darão direito a participar no aumento de capital de mil milhões de euros da instituição. Também o BPI fechou com sinal negativo, enquanto o BCP e o Espírito Santo Financial Group encerraram inalterados. O índice da Bloomberg para o sector europeu recuou mais de 2%.
A Galp foi, contudo, a cotada que mais pesou no PSI 20, com uma descida de 3,24% até aos 1,05 euros, acompanhada pela EDP (-0,57%) e pela Renováveis (-1%). No mercado petrolífero, o barril de ‘brent' cedia 1,4% para 117 dólares em Londres.
Já a Portugal Telecom avançou 0,21% para 3,778 euros, depois de revelado ontem que vai receber 190 milhões de euros em dividendos da Oi este ano, referentes ao exercício de 2011, pela participação de 23,26% que detém na operadora brasileira.
Fonte: Económico
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