Um bovino morto e em estado avançado de putrefacção. Ao lado, outro, moribundo, em agonia e sem assistência. A guardá-los, cães amarrados a árvores e a viaturas sem acesso a água nem comida. A poucos metros, a escola primária de Lagoa, no Algarve.
Os animais estão num terreno baldio, à entrada da cidade, utilizado há vários anos por um criador de gado, que não tem licença de pastoreio nem de exploração pecuária.
António Félix, de 53 anos, é um "velho" conhecido das autoridades pelos várias coimas e processos de contra-ordenação que lhe foram instaurados. Chegou a enfrentar tribunais por não salvaguardar o bem-estar animal e até por ter crianças na exploração, o que a lei proíbe.
No terreno, que António Félix garante ter-lhe sido "emprestado" pelo proprietário, estão vacas, bois, bezerros, ovelhas, cabritos, porcos, cavalos, burros e cães. Não há uma infra-estrutura condigna para os alojar e os cercados são praticamente inexistentes. Um local salta à vista por ser utilizado como "cemitério".
Foi aí que o JN encontrou o ovino em putrefacção e outro em agonia. A terra está remexida e há pedaços de cadáveres à vista. Quase todos os restantes animais apresentam sinais evidentes de negligência.
População sabe
Tudo isto é do conhecimento da população - há relatos de que dura há mais de vinte anos - que agora não perdoa a António Félix os mais recentes casos de animais mortos e em sofrimento. "Vão ficando magros e definhando. Depois de caídos no chão, ali ficam até morrer", disseram, ao JN, vários moradores que passam diariamente naquele terreno, situado à entrada da cidade e sem vedação. Garantem ainda que o homem "bate nos animais", tendo sido visto "a arrastar um burro vivo pela estrada, amarrado a uma carrinha".
"Não lhes faço mal. Morreram envenenados. Ou comeram pasto com veneno ou foram as pessoas que vêm aqui dar de comer aos cães que mataram o gado", acusa António Félix. Não há, no entanto, quaisquer análises aos animais que comprovem esta versão. No caso dos cães, a relação de António com quem os alimenta é tensa.
Comida a mais
"Tem de correr com eles. Dão-lhes comida a mais e ficam moles para o trabalho", disse, garantindo que os mantém presos "para não fugirem", afirma o dono dos animais, que não têm chip nem registo na Junta de Freguesia. Há casos de fuga e atropelamento de cães e porcos, o mais recente aconteceu na terça-feira.
Fonte: Jornal de Notícias
Fonte: Jornal de Notícias
porcos, humanos porcos! cade a lei?!
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