Uma equipa de investigadores da Universidade americana de Stanford concebeu um sistema de recarregamentoswireless para veículos eléctricos a ser incorporado nas próprias estradas. Desta forma os carros podem ser alimentados à medida que circulam, resolvendo o problema da falta de autonomia destes veículos.
Para já este sistema ainda não saltou das simulações feitas em computador para a vida real mas o objectivo de longo prazo dos investigadores é desenvolverem uma rede de auto-estradas totalmente equipada com este sistema de bobinas que tem como finalidade recarregar os carros em pleno andamento.
“O nosso objectivo é que uma pessoa possa entrar em qualquer auto-estrada e recarregar o seu carro”, explicou Shanhui Fan, um professor associado de engenharia eléctrica em Stanford.
Os resultados deste estudo foram publicados no jornal Applied Physics Letters.
“Uma implantação em larga escala deste sistema envolveria uma remodelação do sistema viário e até poderia ter aplicações para lá do sector dos transportes”, indicou ainda Shanhui Fan.
Este sistema que permitiria que os carros fossem recarregados enquanto circulam seria a resposta ideal para o principal problema dos veículos eléctricos: a sua pouca autonomia. O carro completamente eléctrico Nissan Leaf, por exemplo, só consegue andar cerca de 160 quilómetros com um único carregamento e a sua bateria demora várias horas até ficar novamente carregada. Um sistema de “carregamento em circulação” poria fim a estas limitações.
“O que torna este conceito excitante é que qualquer pessoa poderia potencialmente guiar durante um período ilimitado de tempo sem necessitar de recarregar baterias”, indicou um co-autor do estudo, Richard Sassoon, o director do Global Climate and Energy Project da Universidade de Stanford, que financiou este estudo.
“Com este sistema o condutor poderá ter mais energia armazenada na sua bateria no final da viagem que no início”, disse Sassoon.
Tal como é explicada na própria página de notícias da Universidade de Stanford , a transferência de energia tem por base uma tecnologia que, em inglês, dá pelo nome demagnetic resonance coupling. Duas bobinas de cobre estão feitas para ressoarem na mesma frequência - como dois copos de vinho que vibram quando uma nota específica é tocada. Uma dessas bobinas está ligada a uma corrente eléctrica que gera um campo magnético que faz com que a segunda bobina ressoe.
Esta ressonância magnética resulta na transferência invisível de energia eléctrica (através de um sistema sem fios) da primeira bobina emissora - instalada na estrada - para a segunda bobina receptora - incorporada no carro.
Os investigadores estão agora em fase de se certificarem que esta tecnologia não afecta pessoas, animais, outros componentes eléctricos do veículo ou mesmo cartões com bandas magnéticas, como cartões de crédito, que estejam a bordo do veículo.
Alguns peritos estimam que um sistema como este poderá ser alimentado através de fontes de energia renováveis, como a energia solar, ao mesmo tempo que se reduziria em muito a emissão de CO2 para a atmosfera à medida que os carros que funcionam com combustíveis fósseis fossem sendo substituídos por veículos eléctricos.
Fonte: Jornal Público
Fonte: Jornal Público
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