A entidade que decide se os credit-default swaps sobre a Grécia são activados considera que há um evento de crédito no país.
É oficial. A Grécia entrou em incumprimento, segundo a Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA). A entidade deliberou que houve um evento de crédito na Grécia, o que permitirá activar os 'credit-default swaps' (CDS), uma espécie de seguro em que os investidores são ressarcidos em caso de incumprimento de um Estado ou empresa.
A decisão foi unânime e justificada pela activação das cláusulas de acção colectiva por parte do governo de Atenas. A Grécia referiu hoje que vai utilizar essas cláusulas para inflingir perdas aos credores que não aceitaram entrar no programa de reestruturação de dívida.
Esta decisão, que surge depois de uma reunião bastante longa, que durou várias horas, vai permitir que 4.323 contratos de ‘credit default swaps' (CDS) sobre obrigações gregas no valor bruto de 69 mil milhões e líquido de 3,2 mil milhões de euros possam ser exercidos.
Recorde-se que o processo de reestruturação da dívida grega pressupõe que os investidores privados troquem as antigas obrigações soberanas helénicas por novos títulos que apresentam um valor facial mais reduzido, uma taxa de cupão mais baixa e maturidades mais longas.
Isto significa que os investidores que detêm estas obrigações acordaram registar perdas de 74% para que a Grécia possa reduzir em cerca de 100 mil milhões de euros a sua dívida.
Trata-se assim do maior ‘default' da História, logo a seguir ao ‘default' de 95 mil milhões de dólares realizado pela Argentina em 2001.
Para os titulares de obrigações gregas que se protegeram de um incumprimento de Atenas por via da aquisição dos CDS estas são boas notícias, pois desta forma conseguirão mitigar as suas perdas resultantes do processo de reestruturação.
Caso a ISDA não reconhecesse o processo de reestruturação da dívida grega como um evento de crédito, esses investidores iriam que reconhecer perdas a duplicar: das obrigações e dos CDS.
Destaque ainda para a declaração de Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, minutos antes de ser conhecida oficialmente a decisão da ISDA ao referir que qualquer decisão da ISDA não afectaria o programa de assistência financeira à Grécia.
Fonte: Económico
Fonte: Económico
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