O Irão deu instruções a Bashar al-Assad sobre a forma como devia lidar com os protestos e a mulher gasta fortunas em artigos de luxo comprados pela Internet, segundo os cerca de três mil emails a que o jornal britânico "The Guardian" teve acesso.
A correspondência mostra ainda que o Presidente da Síria tinha conhecimento da presença de jornalistas estrangeiros na cidade de Homs, ocupada pelos rebeldes e muito castigada pelo regime. Foi lá que morreram recentemente a repórter norte-americana Marie Colvin e o francês Rémi Ochlik e foi também nesta cidade que se deu um massacre que vitimou 47 civis.
As mensagens mostram ainda que durante o tempo em que cerca de 8 mil sírios foram mortos, a família mantinha uma estilo de vida luxuoso e despreocupado.
Asma Assad gastou 12 mil euros candelabros, mesas e candeeiros e encomendou um fondue, via Amazon, o marido dedicava-se a enviar-lhe mensagens com links da internet e canções descarregadas do iTunes, que incluem, por exemplo, êxitos do rapper norte-americano Chris Rock. Também enviou à mulher a letra de uma canção da cantora norte-americana Blake Shelton.
Segundo o "The Guardian", os emails mostram como Assad criou uma rede de contactos que lhe foram passando informações, como lhe foi oferecido exílio político em Doha por uma das filhas do emir do Qatar, a existência de uma empresa do Dubai, com escritório em Londres, que estabelecia a ponte entre os negócios do governo da Síria e servia de intermediário para as compras privadas de Asma Assad.
Os emails foram descarregados de contas que, tudo indica, pertencem a Bashar Al-Assad e à mulher, Asma. As mensagens foram interceptadas por membros da oposição do Conselho Supremo de Revolução, entre junho e o início de fevereiro. O "The Guardian" escreve que fez esforços para autenticar os emails em causa confirmando o seu conteúdo e contactando 10 pessoas cujo endereço aparece. Este trabalho confirma a autenticidade de parte da informação e é a própria publicação que explica que não foi possível verificar toda a gente.
Além dos conselhos do Irão, a correspondência mostra ainda contactos com o empresário libanês Hussein Mortada com fortes ligações ao Irão, que terá dito a Assad para parar de culpar a Al-Qaeda, "o que é um terrível erro mediático", escreveu.
Ao longo de 2011, Asma Assad manteve correspondência regular com a filha do emir do Qatar, Mayassa al-Thani. As relações esfriaram quando esta, no início do ano, sugeriu que o presidente sírio se demitisse. "Honestamente, penso que esta é uma boa oportunidade para sair e recomeçar uma vida normal".
Fonte: DN.PT
Fonte: DN.PT
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