Danny Hillis se diz cansado de trabalhar em projetos onde tudo tem que ser rápido, com resultados vistos no curtíssimo prazo.
"Eu queria algo que importasse no longo prazo," afirma ele.
E o pesquisador não economizou no prazo: mais especificamente, ele decidiu montar um cronograma com 10.000 anos de duração.
Talvez incerto sobre se o tempo é real ou é uma ilusão, Hillis está construindo o que ele chama de "Relógio do Longo Agora", um candidato a relíquia arqueológica do futuro que, segundo seu inventor, deverá se manter funcionando e medindo corretamente o tempo pelos próximos 100 séculos.
Essa espécie de mecanismo de Anticítera às avessas está sendo cuidadosamente montada no interior de uma montanha no Texas, Estados Unidos.
Precisão à prova do tempo
Depositado em um poço de 150 metros de profundidade e 3,7 metros de diâmetro, o Relógio do Longo Agora terá um pêndulo de titânio de 3 metros e 110 quilogramas - seu tique-taque ocorrerá a cada 10 segundos.
Um dos elementos importantes do relógio, para que ele mantenha um funcionamento preciso, será realizar compensações automáticas para as variações na rotação da Terra. O segundo bissexto também foi levado em consideração.
Outro desafio é a alimentação dessa verdadeira cápsula do tempo. A energia virá de uma espécie de fole, fabricando em aço inoxidável, que se expande e contrai conforme a temperatura ambiente se eleva e diminui ao longo de cada dia.
O calendário será mantido por um sistema diferente: uma janela para o céu.
O Relógio do Longo Agora terá um olho para o mundo exterior, através de uma janela de safira. Assim, o relógio poderá se acertar automaticamente, configurando seu meio-dia de acordo com a posição do Sol.
Uma câmera especial rastreia o Sol ao longo de todo o dia, precisando de apenas 5 minutos de observação para acertar o relógio. Segundo Hillis, isso torna seu projeto de longo prazo à prova de um escurecimento do céu por até um século.
Pensar sobre o tempo
Para durar 10.000 anos sem oxidação, as 10.000 peças que compõem o Relógio do Longo Agora estão sendo feitas de titânio, aço inoxidável com alto teor de molibdênio e cerâmica.
"Nós temos peças flexíveis de metal que terão que suportar dobrar-se um bilhão de vezes. Nós temos que garantir que as janelas continuarão sempre transparentes. Quando você entra nos detalhes, isso faz você pensar sobre o tempo de forma diferente," disse Hillis.
Para economizar energia, o relógio só mostrará as horas, os dias, e até a posição dos planetas e a fase da Lua quando alguém pedir, o que poderá ser feito depois que o visitante do futuro descer por uma escada espiral até o fim do poço.
Talvez fosse o caso de incluir uma placa que indicasse que os "construtores dessa maravilha tecnológica do passado" não acreditavam que o mundo fosse acabar daqui a 10.000 anos e não tencionavam construir um relógio para marcar o fim dos tempos.
Fonte: Inovação Tecnologica
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