Uma tecnologia desenvolvida na Universidade de Coimbra (UC), a 'LaserLeap' (seringa a laser), que permite a administração "rápida e eficaz" de fármacos através da pele, venceu um desafio internacional de fotónica nos EUA, foi ontem anunciado.
Concebida por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, a 'LaserLeap' foi uma das duas vencedoras no Photonics West 2012, "um dos maiores encontros científicos do mundo na área da fotónica", explicou Carlos Serpa à Agência Lusa.
Do "desafio para em três minutos provar a criação de uma tecnologia inovadora que facilmente se transforma em negócio" saiu vencedora, no domínio mais biológico", esta seringa a laser, enquanto na vertente "mais física" venceu outra tecnologia, adiantou o investigador da UC e diretor executivo da 'start up' LaserLeap.
Carlos Serpa "mostrou que a 'LaserLeap', que permite a administração rápida e eficaz de fármacos através da pele sem utilização de seringas tradicionais, é uma tecnologia do futuro", segundo uma nota da assessoria de imprensa da UC.
O estado avançado do projeto (www.laserleap.com), com um protótipo de produto já concluído, impressionou não só o júri, como também "empresários americanos presentes no evento e que nos contactaram para eventuais parcerias", adianta Carlos Serpa no comunicado.
Aplicações no tratamento do cancro da pele e de determinadas doenças dermatológicas, na administração de vacinas ou ainda em aplicações de cosmética, são algumas das utilizações da Laserleap, uma tecnologia indolor e de baixo custo.
Na cosmética, disse Carlos Serpa à Agência Lusa, "pode ser um bom método" para a administração de ácido hialurónico e de outras moléculas.
Além de ser indolor e de dispensar o uso da seringa, este método tem a vantagem de ser reversível, dado que a pele, num minuto, regressa ao estado normal.
O Photonics West 2012, que reuniu mais de 20 mil participantes de todo o mundo, cientistas, empresários e estudantes, decorreu em São Francisco, Califórnia, de 21 a 26 de janeiro.
No comunicado, o investigador do Departamento de Química adianta que outro aspeto relevante para o júri foi "o potencial" para a empresa vir a adotar um modelo de negócio do tipo 'lâmina de barbear', vendendo o laser e os dispositivos descartáveis.
"A ciência em Portugal tem progredido muito nos últimos anos, mas mais na parte de produção de artigos científicos e menos na aplicação", disse Carlos Serpa, ao referir que esta tecnologia desenvolvida na UC resulta do trabalho de três anos de uma equipa de investigadores e que pode passar agora "a ser um produto útil à sociedade e rentável".
A fotónica consiste em "tudo o que tem a ver com a interação da luz com a matéria e com a manipulação da luz", explicou.
Fonte: DN.PT
Fonte: DN.PT
Nenhum comentário:
Postar um comentário