As praças europeias seguem em zona de perdas, depois de a Grécia ter recusado medidas mais duras para assegurar um segundo resgate.
As negociações entre os líderes dos partidos gregos e o Governo helénico sobre novas medidas de austeridade exigidas exigido pelos ministros das finanças da zona euro e pelo FMI como contrapartida para o segundo resgate ao pais e para um perdão de metade da dívida por parte dos credores privados voltou ontem a falhar, colocando Atenas cada vez mais perto da bancarrota.
É neste clima que os principais índices europeus ensaiam quedas. O Francês CAC 40 destaca-se com uma desvalorização de 1,28%, ao mesmo tempo que o espanhol IBEX 35 desce 1,2% e o italiano FTSE MIB perde 1,04%. Em Portugal, o índice PSI 20 cede 0,75% para 5.449,54 pontos. O euro seguia a regredir 0,68% contra o dólar e o preço do barril de 'brent', a referência para as importações portuguesas, recuava 0,36% para cotar nos 114,17 dólares.
A dominar a atenção dos investidores vai continuar a situação na Grécia, num dia em que os responsáveis políticos gregos e o Governo tecnocrata de Lucas Papademos voltam à mesa das negociações, numa tentativa de evitar a falência do país já em Março, mês em que vencem 14,5 mil milhões de euros em títulos de dívida. Um cenário admitido pelo presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, em declarações à revista alemã 'Der Spiegel', este fim-de-semana.
"Apesar dos números fortes do emprego norte-americano, na sexta-feira, o optimismo depressa desapareceu e deu lugar à incerteza em relação à Grécia", comentou Jonatham Sudaria, trader da Capital Spreads, à Reuters.
Por cá, os títulos dos bancos são os que mais caem. O BCP e o BES cedem 2,82% e 2,56%, os piores desempenhos no PSI 20. Esta é a primeira reacção do mercado às contas apresentadas pelos dois bancos na sexta-feira, após o fecho da bolsa. Os dois bancos apresentaram os piores resultados de sempre. O BES reportou um prejuízo de 109 milhões em 2011, contra o lucro de 510,5 milhões de euros no ano anterior. Os resultados ficaram ainda abaixo das estimativas dos analistas, que apontavam para 57 milhões de prejuízo. Pior, o BCP anunciou um prejuízo de 786 milhões no ano passado. No mesmo sentido, o BPI desce 1,05%, depois de ter anunciado um prejuízo anual de 204 milhões de euros. Crise de dívida, Grécia e transferência do fundo de pensões explicam os resultados negativos dos três bancos. Já o Banif sobe 1,01%.
No PSI 20, destaque ainda para as descidas da EDP (-0,91%), Jerónimo Martins (-1,22%) e Galp (-0,61%).
Mota brilha em Lisboa
Pela positiva, o foco vai para a Mota-Engil, que sobe 2,96%, mas já esteve hoje a ganhar mais de 8%, depois de ter disparado mais de 20% na sessão anterior, naquela que foi a maior valorização da construtora em bolsa desde 1999, na sequência da adjudicação de 900 milhões de euros de obras em África.
Entretanto, o presidente executivo do grupo construtor português, Jorge Coelho, revela hoje ao Diário Económico que a Mota-Engil está a negociar diversos contratos de construção de linhas ferroviárias em vários países com o gigante industrial brasileiro Vale do Rio Doce.
Fonte: Económico
Fonte: Económico
Nenhum comentário:
Postar um comentário