Zona euro continua no centro do radar dos investidores e o risco já não está circunscrito à periferia.
França é o país que surge hoje no centro do radar dos investidores, com o prémio exigido para comprar títulos de dívida a 10 anos franceses em vez de dívida alemã com a mesma maturidade a subir até aos 189,78 pontos, o valor mais elevado desde a criação do euro, pelo menos.
"A França está a parecer-se mais com um crédito do que com uma obrigação soberana", comentou Gary Jenkis, especialista na Evolution Securities, à Bloomberg, referindo-se à subida dos indicadores de risco gauleses.
Também os juros dos títulos de dívida franceses avançam em todos os prazos, e, além disso, o preço de segurar o eventual incumprimento de França, medido através do preço dos 'credit-default swaps' (CDS) sobre obrigações francesas a 5 anos, atingiu hoje um recorde nos 234,67 pontos. Quer isto dizer que por cada 10 milhões de euros aplicados em dívida francesa, os investidores têm de pagar um seguro anual de 234,67 mil euros.
Tudo isto depois de a União Europeia ter hoje revelado que a economia francesa vai crescer menos no próximo ano do que o previsto pelo presidente Nicolas Sarkozy, e também ter estimado que a dívida pública francesa deve aumentar para 92% do PIB em 2013, uma evolução a que não estão alheias as contribuições do país nos programas de assistência internacional aos três Estados-membros da zona euro já resgatados.
Mas os indicadores de risco franceses não são os únicos em máximos na sessão de hoje, até porque o dia está também a ser marcado por uma emissão de dívida espanhola com juros recorde, acima de 5%. O 'spread' das obrigações a 10 anos espanholas e belgas voltam hoje a atingir novos máximos. No caso da Bélgica acima dos 300 pontos (312,36 pontos). O mesmo indicador mas para a Áustria também regista hoje um recorde.
"Como a Itália evoluir, assim vai evoluir o resto da União Europeia. Tudo depende de Itália", acrescentou o mesmo perito. E, de facto, a evolução dos indicadores de risco italianos não antecipa nada de bom. As 'yields' italianas avançam em todos os prazos, com o prazo a 10 anos novamente acima dos 7%, barreira que tem sido apontada como insustentável.
Itália realizou hoje uma emissão de bilhetes do Tesouro a 12 meses com um juro de 6,087%, depois de ter colocado ontem no mercado 3.000 milhões de euros em obrigações com maturidade a cinco anos, com um juro recorde de 6,29%. Isto significa que Itália está a pagar quase tanto para emitir dívida de curto prazo como de longo prazo, um sinal de que o mercado antecipa que também Itália entre em 'default' em breve.
No monitor da Bloomberg que acompanha os preços dos CDS de 59 países de todo o mundo, o valor dos títulos italianos é o segundo que mais sobe, com um avanço de 26 pontos para 585 pontos, apenas precedido dos CDS de Portugal, que avançam 30 pontos para 1.105,39 pontos, de acordo com dados da CBIL, um intermediário financeiro que negoceia CDS.
Fonte: Económico
Fonte: Económico
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