segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Tensão: Risco de Espanha e Bélgica em máximos da era do euro

A indigitação de Mário Monti como substituto de Berlusconi deu ganhos às bolsas no arranque da sessão.
A percepção de risco da parte dos investidores em relação a Espanha e Bélgica agrava-se hoje no mercado secundário.

O anúncio do novo primeiro-ministro em Itália e um novo governo na Grécia não estão a acalmar os investidores em relação aos países da zona euro.

"No curto prazo, o mercado pode estar mais confiante na capacidade de a Grécia e a Itália aprovarem as medidas orçamentais necessárias para recuperar o controlo da sua dívida, mas as questões económicas e estruturais da zona euro continuam a ser um problema", comentou Peter Chatwellm especialista do Credit Agricole, à Reuters.

Sinal do nervosismo dos investidores é que o 'spread' das Obrigações do Tesouro espanholas a 10 anos face ao título alemão equivalente subia 31 pontos base até aos 428 pontos, depois de ter atingido os 430 pontos durante a sessão, o valor mais elevado desde a criação da zona euro, de acordo com a Bloomberg. 

As incertezas sobre as eleições de domingo em Espanha estarão a pressionar os indicadores de risco espanhóis, porque apesar de se prever o vencedor (as sondagens apontam o Partido Popular com maioria absoluta) continua a desconhecer-se detalhes da futura política económica.

No mesmo sentido, o prémio que os investidores pagam para comprar títulos de dívida belgas também a 10 anos, em vez de dívida alemã, que é a referência para o mercado europeu, agravava-se em 23 pontos até aos 281 pontos. Hoje, o 'spread' das obrigações belgas atingiu os 282 pontos, um recorde da era euro. 

Mas também os indicadores de risco da França, Itália, Grécia e Irlanda se agravam, com o 'spread' perto dos máximos recorde no caso francês e grego.

Já o prémio que os investidores exigem para adquirir dívida de Portugal a 10 anos alivia para 952 pontos, bem abaixo do máximo de 1.080 pontos registado em Julho. 

Os especialistas explicam que o facto de esta ser uma semana rica em emissões de dívida também está a colocar pressão sobre a dívida europeia. Alemanha, França e Espanha vão testar os mercados esta semana, depois de Itália ter pago hoje um juro recorde de 6,29% para vender 3.000 milhões de euros em obrigações com maturidade a cinco anos.

Norbert Aul, especialista do RBC Capital Markets, comentou que a designação do novo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, foi um passo fundamental, mas que "o trabalho tem de continuar" e é "preciso ver que as medidas de austeridade e reformas estruturais são aplicadas em prática".

Fonte: Económico

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