António Mota, chairman da Mota Engil, revelou que a estimativa para 2012 é que "haja mais 50 mil desempregados" na construção".
António Mota admitiu ainda que a empresa poderá não renovar contratos no final de algumas obras.
Em declarações à Agência Lusa à margem de um debate promovido pela Fundação AEP, no Porto, António Mota disse que "a Mota Engil está a fazer a sua reestruturação deslocalizando muita gente" mas adiantou que "em termos das obras, quando estas acabarem, as pessoas que terminarem os seus contratos" não os vão ver renovados.
"A estimativa é que para o ano haja mais 50 mil desempregados no sector da construção. Vai ser indiscriminado, de alto a baixo, vai ser generalizado [o desemprego] no sector", alertou.
Segundo o chairman da Mota Engil "as empresas estão a fazer uma readaptação da sua estrutura à dimensão e por isso vai haver também desemprego a nível superior".
Sobre a concorrência na internacionalização das empresas portuguesas, o empresário disse ser "impensável que Portugal chegue ao nível das linhas de crédito do Brasil ou da China", dando o exemplo da linha de crédito com Angola "que não está totalmente utilizada".
"Era bom que essa linha de crédito pudesse ser financiada através da banca internacional e não só da banca nacional porque neste momento é só a banca portuguesa que tem acesso a essa linha de crédito", explicou, dando o exemplo do mercado chinês que tem seis mil milhões de linha de crédito contra os 500 milhões nacionais.
António Mota manifestou ainda preocupação relativamente à fixação de quadros, recordando que antigamente "as empresas quando se internacionalizavam tinham uma dimensão nacional que permitia fazer a rotação dos quadros que iam para a internacionalização".
"Essa rotação vai deixar de ser possível fazer e por isso é preciso pensar em dar alguns incentivos a que os quadros vão para o estrangeiro trabalhar com as empresas portuguesas numa perspectiva de mais tempo do que aquilo que seria habitual", sugeriu.
O empresário disse ainda recear que, aquando a internacionalização das empresas, se estas "não tiverem hipótese de levar quadros portugueses", começam a levar de outras nacionalidades, correndo o risco de se descaracterizarem.
Fonte: Económico
Fonte: Económico
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