As rochas extraídas da Lua pelos astronautas da missão Apollo 17 em 1972 ocultavam um segredo: apesar da sua aparência árida, o interior do manto lunar tem tanta quantidade de água como a Terra.
O cientista argentino Alberto Saal, professor associado da Universidade de Brown (EUA) e a sua equipa anunciaram, em 2008 na revista científica Nature, que a Lua ocultava água no seu interior, mas como tinha sido detectada uma quantidade muito escassa de água, muitas vozes críticas se levantaram nessa altura. Agora, foram publicadas novas análises na “Science” que confirmam não só a presença de água, como também mostram que o magma lunar contém 100 vezes mais quantidade de água do que aquilo que eles pensavam.
Saal, explica que tanta água poderá refutar de vez a chamada hipótese do grande impacto - de que o satélite natural teria surgido a partir de material ejectado da Terra depois de uma colisão com outro planeta. "É difícil que a Lua tenha resultado de um grande impacto e ainda tenha tanta água", explica, adiantando que à medida que surgirem mais resultados poderá ser necessário reformular a teoria da formação do satélite.
Saal diz que com o avanço da tecnologia as amostras trazidas para a Terra há 40 anos podem continuar a produzir descobertas, mas para já, a conclusão de que os magmas lunares contêm 100 a 150 partes por milhão de água é um avanço significativo. O investigador diz que esta água poderá ser recuperada para abastecer uma eventual base lunar. A descoberta reforça a ideia de que o gelo descoberto em 40 crateras lunares teve origem no interior do satélite e no impacto de um cometa, uma das hipóteses mais consensuais.
Fonte: http://naturlink.sapo.pt
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